Moçambique/PODEMOS desmente Conselho Constitucional
(ANG) – O PODEMOS desmentiu o Conselho Constitucional de Moçambique que anunciou que o partido não submeteu nenhum recurso a este órgão, para reivindicar a vitória do seu candidato presidencial, Venâncio Mondlane, nas eleições gerais de 09 de Outubro.
O desmentido foi feito pelo conselheiro jurídico do partido extraparlamentar, Dinis Tivane, que explica que a forma como foi redigido o recurso pode dar azo a diferentes leituras, contudo garante que a deliberação é relativa à centralização de todas as eleições.
“Efectivamente a forma como está escrita o nosso recurso pode tender a dar a essa sensação, mas decorre que, por razões jurídicas, nós respondemos à deliberação 105 da CNE [Comissão Nacional de Eleições] e a titulação desta deliberação é relativa à centralização de todas eleições. Ou seja, eleição presidencial, legislativa e provincial , razão mais do que suficiente para percebermos que não pode proceder a alegação segundo a qual o PODEMOS faltou a uma resposta, ou deixou de fazer recurso em relação a algumas eleições”, explicou.
O Conselheiro do candidato presidencial, Venâncio Mondlane, denunciou igualmente que o Conselho Constitucional rejeitou apreciar o processo sobre a necessidade da anulação de uma eleição que contou com os votos ilegais de cidadãos do Zimbabué.
“Cidadãos sem capacidade eleitoral, que não são moçambicanos (…) e votaram . Ficamos agora a saber que o Conselho Constitucional vai julgar o nosso recurso intempestivo, portanto, não vai apreciar o recurso”, questionou Dinis Tivane
O partido extraparlamentar, que apoia o candidato presidencial Venâncio Mondlane, defende a continuidade das manifestações até que a verdade eleitoral seja reposta.
Duas centrais eléctricas em Moçambique foram encerradas neste sábado,7 de Dezembro, por manifestantes que contestam, anunciou o operador público Electricidade de Moçambique.
“No âmbito dos protestos que decorrem em todo o país, um grupo de manifestantes dirigiu-se às centrais termoeléctricas de Ressano Garcia e Gigawatt, exigindo o encerramento total da produção de energia”, explicou o produtor e distribuidor num comunicado enviado à AFP.
Pelo menos 90 pessoas morreram em Moçambique na violência que continua desde as eleições gerais de 9 de Outubro, marcadas por múltiplas irregularidades, anunciou nesta sexta-feira o movimento local da sociedade civil Plataforma Decide.ANG/RFI