Geta acolhe 1ª Edição do Festival Cultural Manjaca da ilha
(ANG) – A Geta, no setor de Caió, região de Cacheu, norte do país, vai acolher no próximo dia 28 do corrente mês, a 1ª Edição do Festival Cultural Manjaca da ilha.
Em declarações concedidas hoje à ANG, um dos promotores do evento Adelino da Kosta, disse que esperam que o festival venha a ter impacto na mobilização de esforços para o desenvolvimento da ilha.
“Estou convencido de que esta 1ª Edição de Festival Cultural de Geta terá um impacto grande no mundo, em particular no seio da comunidade manjaca tendo em conta os preparativos que estão em curso”, frisou.
Perguntado se a realização do referido festival irá atrair as pessoas de origem manjaca no exterior à voltar para as suas origens, Da Kosta respondeu que sim, acrescentado que, à título de exemplo, gastam 15 mil francos CFA na deslocação de cada elemento do grupo de dança tradicional Manjaca denominado de PSAP, para ensaios em Geta sem contar com a alimentação.
“Com a realização bem sucedida do festival, os filhos da etnia Manjaca no exterior, com certeza vão começar a abraçar o projeto de uma forma paulatina, porque, de facto, nesta primeira fase é difícil agrupar o grosso número deles”, afirmou.
Questionado sobre o que pretendem demonstrar ao mundo em termos culturais com o Festival de Geta, Adelino da Kosta disse que a referida ilha não existiu há 10, 20, 200 ou 300 anos, há muito mais tempo, mas que os seus habitantes mantiveram vivas e intactas as suas tradições, usos e costumes até a data presente.
Disse que, por isso, a geração atual tem a obrigação de transmitir aos mais novos e as gerações vindouras essa tradição.
“Por isso, os diferentes grupos culturais estão a ensaiar as danças e peças teatrais para transmitir mensagens aos mais novos sobre a convivência da sociedade manjaca, suas tradições e costumes”, sublinhou.
Afirmou que o mundo africano em particular o manjaco, não deve ser desvirtua- lizado com , nomeadamente, novas tecnologias, caso contrário perde-se as origens.
“Até os nomes que temos atualmente não correspondem com as nossas origens. Por exemplo, o meu nome oficial é Adelino da Kosta, mas quando me chamam de Abuk-Ussak ai as pessoas naturais de Geta vão perceber o significado dessa denominação puramente africana”, afirmou.
Kosta sustentou que os africanos têm os seus nomes e vestuários originais, mas que agora não usam devido a influência dos europeus. “Por isso, nas grandes cidades europeias torna-se difícil distinguir um guineense dos restantes africanos”, disse.
“Vamos fazer o festival para mostrar ao mundo que existe uma localidade chamada de Geta. Todas as tabancas desta ilha estão mobilizadas e empenhadas nos ensaios para o dia 28 de Dezembro”, disse Adelino da Kosta. ANG/ÀC//SG