Qatar/ “Benjamin Netanyahu deverá ser julgado pela justiça”, disse PM do Qatar
(ANG) – O primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, afirmou que o homólogo israelita deverá ser levado à justiça após o ataque israelita aos líderes do Hamas em Doha, acrescentando que a decisão de Benjamin Netanyahu, ” deitou por terra toda a esperança” de libertar os reféns em Gaza.
Numa entrevista ao canal de televisão norte-americano CNN, Al-Thani declarou que o Qatar está a “reavaliar tudo” em relação ao papel de mediador nas negociações, até agora sem resultado, visando um cessar-fogo no conflito desencadeado pelo ataque do Hamas a 7 de Outubro.
“Tenho reflectido sobre todo o processo nas últimas semanas e cheguei à conclusão de que Netanyahu está apenas a fazer-nos perder tempo”, disse.
Na terça-feira, a Força Aérea israelita atacou os líderes do Hamas reunidos num complexo em Doha, capital do país aliado dos EUA que acolhe regularmente negociações. O primeiro-ministro do Qatar considera que o ataque acabou com “toda a esperança para os reféns”, sublinhando ainda que Benjamin Netanyahu “deverá ser julgado “por este acto.
Este ataque sem precedentes foi igualmente condenado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, um aliado próximo de Israel. Recentemente, o chefe do executivo israelita veio avisar as autoridades do Qatar e a todas as nações que abrigam terroristas que deveriam devem expulsá-los ou levá-los à justiça.
“Porque se não o fizerem, nós faremos”, reiterou Benjamin Netanyahu
O Hamas, que está em guerra com Israel na Faixa de Gaza, afirmou que os seus altos funcionários visados sobreviveram, mas que os ataques israelitas fizeram seis mortos.
Apesar da pressão internacional para terminar a guerra na Faixa de Gaza, o exército israelita continuou a ofensiva e de acordo com a Defesa Civil local, mais de 40 pessoas foram mortas nas últimas horas. O exército declarou que iria intensificar “os seus ataques na Cidade de Gaza” nos próximos dias, considerada um dos últimos bastiões do Hamas no território, “com o objectivo de desmantelar a infra-estrutura terrorista do Hamas, prejudicar a sua capacidade operacional e reduzir a ameaça às tropas”.
O ataque de 7 de Outubro resultou na morte de 1.219 pessoas do lado israelita, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais. Das 251 pessoas raptadas nesse dia, 47 ainda estão detidas em Gaza, incluindo 25 que morreram, segundo o exército.
Por seu lado, a resposta de Israel já fez pelo menos 64.656 mortos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do Hamas em Gaza, cujos números são considerados fiáveis pelas Nações Unidas que declarou o estado de fome em Gaza, uma alegação que Israel nega.ANG/RFI