Quénia/Pelo menos 315 mortos nas inundações
(ANG) – Pelo menos 315 pessoas morreram devido às fortes chuvas que atingem o Quénia desde Março e que provocaram graves inundações, informou hoje o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA), citado pela Lusa.
O anterior balanço apontava para 291 mortos.
De acordo com um relatório em que o OCHA cita dados do Centro Nacional de Operações de Catástrofes do Quénia (NDOC), as fortes chuvas afectaram mais de 300 mil pessoas entre 01 de Março e 18 de Junho.
Destas, mais de 290 mil pessoas foram deslocadas e 188 ficaram feridas, enquanto 38 continuam desaparecidas.
Pelo menos 81 campos de deslocados permanecem operacionais, acolhendo cerca de 54 mil pessoas, segundo a Cruz Vermelha queniana.
Segundo o Departamento Meteorológico do Quénia são ainda esperadas “chuvas acima da média” entre Junho e Agosto em algumas zonas, como a bacia do Lago Vitória ou o Vale do Rift, no oeste e noroeste do país.
Até ao momento, cerca de 5.280 escolas foram afectadas pelas inundações em todo o Quénia e 140 permanecem encerradas, juntamente com a falta de refeições escolares, significa que cerca de 350 mil alunos ainda não frequentam a escola.
Além disso, 18 instalações médicas em seis condados continuam inacessíveis, por terem sido destruídas ou inundadas, e, em 18 de Junho, registavam-se no país 79 casos de cólera, uma doença transmitida através de água contaminada.
No início de Maio, a Human Rights Watch denunciou a incapacidade do Governo queniano de agir a tempo e de responder adequadamente às inundações, apesar das previsões meteorológicas, afirmando que o impacto aumentou as desigualdades socioeconómicas.
Este ano, a longa estação das chuvas (Março-Maio) foi intensificada pelo fenómeno meteorológico El Niño, uma alteração da dinâmica atmosférica causada pelo aumento das temperaturas do Oceano Pacífico que, segundo estudos recentes, foi intensificada pelas alterações climáticas.
A OCHA informou em Maio que pelo menos 473 pessoas tinham morrido e mais de 400 mil tinham sido deslocadas devido às chuvas torrenciais na África Oriental, principalmente no Quénia, Tanzânia, Rwanda, Burundi e Somália. ANG/Angop