Angola/ Bloco de oposição denuncia “natureza violenta” de regime
(ANG) – Os líderes da Frente patriótica unida, bloco da oposição angolana, relataram na quinta-feira à agência Lusa terem sido impedidos pela guarda presidencial de entregar no Tribunal Supremo um documento com o parecer do grupo sobre a suposta degradação das condições de vida.
Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA, maior partido da oposição, apelou à reforma da natureza do regime que qualificou como “violenta”.
Os dirigentes da Frente patriótica unida angolana (FPU) distribuiram panfletos aos populares nesta quinta-feira em Luanda bem como às principais instituições do Estado.
A polícia de intervenção impediu, porém, o acesso dos deputados ao Largo Primeiro de Maio, no centro da capital.
Tratavam-se de dirigentes da UNITA, do Bloco Democrático (BD) e do projecto político PRA-JA Servir Angola, bem como Francisco Viana, membro da sociedade civil.
A caravana composta pelos líderes da FPU entregou, por uma janela, a primeira cópia do documento ao Protocolo da Presidência da República de Angola.
A guarda presidencial impediu a sua posterior distribuição junto do Tribunal Supremo como revelou à agência Lusa Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA, qualificando o regime angolano como de “natureza violenta” .
“O que ocorreu, de facto, naquela rua da Presidência: fomos impedidos de chegar ao Tribunal Supremo… esta é a natureza do regime liderado por João Lourenço“, referiu Adalberto Costa Júnior, nomeadamente, à agência Lusa, numa alusão ao chefe de Estado angolano.
Para o líder da UNITA, “é importante que o regime reflita a necessidade de reformar esta natureza violenta, uma natureza de não diálogo, que não é democrática e que não tem a liberdade de o cidadão circular normalmente junto das suas instituições”.
O documento da FPU, apresentado na quarta-feira, em conferência de imprensa e distribuído também à Conferência episcopal Angola/São Tomé e Príncipe descreve a degradação das condições de vida dos angolanos, “um autêntico calvário”, segundo este parecer.
Júnior alegou ter uma “postura cívica” com este movimento da FPU deplorando a “violência extrema desnecessária”.
“Esta Angola precisa de diálogo, esta Angola precisa de reformas, esta Angola precisa de rever aquelas instituições que legitimam o poder político“, rematou o dirigente da oposição angolana.ANG/RFI