Diplomacia/”Não Vamos tolerar lição de moral de Xanana Gusmão”, diz o Conselheiro Político e Diplomático do PR da Guiné-Bissau
(ANG) – O Conselheiro Político e Diplomático do Presidente da República da Guiné-Bissau, disse hoje que a lição de moral do Primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, não será respeitada pelo Estado da Guiné-Bissau.
Fernando Delfim da Silva qualificou as declarações de Gusmão de “atrevimento e um imiscuir” nos assuntos dos outros.
O Chefe do Governo timorense Xanana Gusmão, disse, domingo, em entrevista à Agência Lusa, em Díli, alusiva aos 25 anos do referendo que levou a independência de Timor-Leste, que a Guiné-Bissau passou de golpes de Estado para golpes presidenciais, desde 2014.
No seu entender, a demasiada passividade demonstrada ao longo dos anos pela Comunidade dos Países Oficial da Lingua Portiguêsa (CPLP), de não exigir uma mudanças radical na Guiné-Bissau, não está a ajudar na busca de solução para a pátria de Amilcar Cabral.
Em reação as declarações de Xanana Gusmão, Fernando Delfim da Silva, em conferência de imprensa promovida hoje na Presidência da República, disse que a relação de longos os anos existente entre os dois povos, a Guiné-Bissau não podia esperar que o Timor-Leste fizesse o que fez, através de Xanana Gusmão e Mari Alcatiri.
“Xanana Gusmão apontou o ano de 2020 como o início de golpes presidenciais vivido na Guiné-Bissau, mas pretendemos alertá-lo de que, desde o referido ano, não se concretizou nenhum golpe de Estado na Guiné-Bissau, ainda bem que o país tem sido poupado de ocorrências de golpe de Estado ou de consequente alteração da Ordem Constitucional, mas isso não quer dizer que não houve tentativas de golpes a partir do 2020”, referiu Delfim da Silva.
Segundo o Conselheiro Político e Diplomático do PR, pela primeira vez na Guiné-Bissau, hergueu-se nos últimos 30 anos, uma forte barreira institucional de prevenção contra golpes de Estado, que corresponde a uma rotura institucional com um passado tão marcado, negativamente, por recorrentes mudanças institucionais.
“Pode ser que o senhor Xanana Gusmão não conhece uma outra novidade da história política da Guiné-Bissau, mas quero que saiba que, nos primeiros 30 anos da democracia guineense, todos os processos golpistas reiteraram o mesmo paradigma golpista parlamentar, porque em vez de servir de barreira intransponível contra golpes militares, é várias vezes no parlamento que os golpistas guineenses são incentivados e apoiados”, disse Delfim da Silva.
Para o Diplomata e Conselheiro do PR, a única diferença nessa matéria que distingue o atual Chefe de Estado Umaro Sissoco Embaló de anteriores chefes de Estados tem a ver com a proteção da integridade política do Estado, que passa pelo imperativo dele mesmo como Chefe de Estado, e garante da Ordem Constitucional, não permitir que em nenhum momento, o Estado de Direito Democrático seja posto em causa.
Numa outra entrevista concedida na semana passada à Agência Lusa, o secretário -geral da FRETILIN, Mari Alcatiri disse que a Guiné-Bissau não tem condições para presidir e nem para acolher uma Cimeira da CPLP, devido as instabilidades política.
Em resposta, Fernando Delfim da Silva, Delfim da Silva qualificou as declarações de Alkatiri de uma “grande asneira e uma falta de bom senso”.ANG/LLA/ÂC//SG