
Bélgica/União Europeia impõe sanções a personalidades do Ruanda e do M23

(ANG) – A União Europeia impôs, segunda-feira, sanções contra altas patentes ruandesas e líderes do M23, após ofensiva lançada pelo M23 – apoiado pelo Ruanda – no leste da República Democrática do Congo.
Também na segunda-feira, o Ruanda anunciou o corte das relações diplomáticas com a Bélgica.
Do lado do Ruanda, as sanções abrangem três altas patentes das Forças de Defesa Ruandesas, que são acusadas de reforçar o M23 na RDC: Ruki Karusisi, Eugène Nkubito e Pascal Muhizi. Também é visado o líder do director-geral do serviço ruandês das minas, petróleo e gás: Francis Kamanzi. As sanções abrangem, ainda, uma refinaria de ouro em Kigali, acusada pela União Europeia de extração ilegal de recursos naturais do Leste da RDC.
Do lado do Movimento 23 de Março – que, segundo a União Europeia, alimenta o conflito armado, a instabilidade e a insegurança na RDC – são visados membros da liderança política, militar, de recrutamento e propaganda. Entre eles, o presidente do movimento Bertrand Bisimwa.
As sanções implicam o congelamento de fundos que se encontrem em território da União Europeia e a proibição de viajar para a União das personalidades visadas. A decisão foi tomada durante a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia reunidos, esta segunda-feira, em Bruxelas, onde também debatem sobre a ajuda à Ucrânia.
Entretanto, o Ruanda anunciou o corte das relações diplomáticas com a Bélgica por considerar que tomou partido pela República Democrática do Congo. Em resposta, o governo belga falou em reacção “desproporcionada” e vai declarar como “personae non gratae” os diplomatas ruandeses no seu território, de acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros Maxime Prévot.
Antiga potência colonial da RDC e do Ruanda, a Bélgica foi um dos países mais críticos de Kigali desde que a rebelião do M23, apoiada pelo Ruanda, lançou a ofensiva no leste da República Democrática do Congo. A Bélgica acusa o Ruanda de violar a soberania da RDC. Apoiados por cerca de 4.000 soldados ruandeses, de acordo com a France Presse, os rebeldes do M23 tomaram uma parte do território do leste da RDC, rico em minerais, incluindo as cidades de Goma e Bukavu.
Esta terça-feira, a capital angolana acolhe negociações de paz entre a República Democrática do Congo e o M23. A RDC confirmou a presença. ANG/Lusa