Cabo Verde/ Directores de energia da CEDEAO avaliam iniciativas de implementação do hidrogénio verde nos Estado-membros
(ANG) – Os directores de energia da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) encontram-se reunidos na cidade da Praia, num workshop para avaliar as iniciativas em matéria de implementação do hidrogénio verde nos Estados-membros.
Este encontro, que acontece durante dois dias, é organizado pelo Centro para as Energias Renováveis e Eficiência Energética (Cereec) e o Centro de Serviços Científicos da África Ocidental sobre Alterações Climáticas e Utilização Adaptada dos Solos (Wascal).
O hidrogénio verde é reconhecido como uma fonte de energia capaz de descarbonizar os sectores industrial, de transportes, agrícola e de energia.
A Estratégia Regional de Hidrogénio Verde da CEDEAO e os Planos de Acção 2023-2030 e 2031-2050, aprovado em 2013, apontam para o incremento da introdução do hidrogénio nos respectivos Estados.
Em nota de imprensa, o Cereec precisa que esses objectivos passam por alcançar uma produção regional de, pelo menos, 0,5 milhões de toneladas de hidrogénio verde por ano, até 2023, e 10 milhões de toneladas até 2050.
Para atingir esses objectivos, aponta a mesma fonte, será necessária a instalação de quatro a cinco Gigawatts (GW) de capacidade de electrolisadores até 2030, com um investimento cumulativo de cerca de três a cinco mil milhões de dólares, o que gerará receitas anuais estimadas em 1,25 mil milhões de dólares.
Entretanto, no discurso de abertura do workshop, o director executivo do Cereec, Francis Senporé, disse acreditar que com a acção concertada dos Estados-membros e dos seus parceiros estes objectivos serão alcançados, desde que sejam em conformidade com a política regional para energias renováveis adoptada em 2013 pelos Chefe de Estado e de Governo Membros da CEDEAO”.
Para ilustrar este facto, apontou que em 2010 os países da comunidade tinham a capacidade de cinco megawatts (MW) de centrais fotovoltaicas ligadas à rede, sendo que, actualmente, essa cobertura é de 750 MW e com uma capacidade prevista de cinco GW em 2025.
Por sua vez, Carlos Monteiro, em representação do Ministério da Economia, disse que a implementação do hidrogénio verde emerge como uma solução crucial para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e impulsionar o desenvolvimento sustentável dos países da África Ocidental.
“Não obstante os desafios que enfrentam a África e a nossa sub-região temos de aproveitar as oportunidades e as potencialidades dos nossos países a nível das energias renováveis” apontou.
Este workshop tem ainda como objectivo transmitir uma melhor compreensão da produção e tecnologias de hidrogénio verde e amoníaco verde, os desafios e oportunidades da indústria, economia e riscos para as principais partes interessadas na sua produção.
Em 2010, o Cereec foi oficialmente inaugurado na Praia e, desde a sua criação, tornou-se a instituição de referência em Energias Renováveis e Eficiência Energética na região da CEDEAO, coordenando esforços, reforçando capacidades e mobilizando recursos globais em prol das energias sustentáveis.
Com 13 anos de actividade, o Cereec consagrou-se como elemento-chave no Quadro Estratégico Comunitário (QEC) da CEDEAO, contribuindo para a sua vertente de Integração Económica e Interconectividade, promovendo o desenvolvimento de infra-estruturas e conectividade, garantindo assim maior acesso a serviços energéticos a custos competitivos.
ANG/Inforpress