Centenário de Cabral/ PR destaca contribuições de Cabral para desenvolvimento das Ciências Sociais
(ANG) – O Presidente da República enalteceu hoje as contribuições de Amílcar Lopes Cabral para o desenvolvimento das Ciências Sociais.
Estas contribuições, segundo Umaro Sissoco Embaló permitiram que Amílcar Cabral seja reconhecido pelas instituções académicas e organizações internacionais, nomeadamente a Universidade de Syracuse, de Nova Iorque, em Fevereiro de 1970, e a Academia de Ciências da antiga União Soviética ,em Julho de 1972.
O chefe de Estado discursava no acto central das comemorações do centenário de Amílcar Cabral, decorrido na Fortaleza da Amura em Bissau.
Acrescentou que Cabral foi em 1972, convidado pela UNESCO(Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) para numa reunião de peritos, desenvolver o tema : ”O papel da cultura na luta pela independência.”
Umaro Sissoco Embaló considerou ainda Cabral como um homem de pensamento, com uma personalidade universal.
Disse que recordar Amílcar Cabral significa evocar a mais importante figura da história política da Guiné-Bissau.
“ Amílcar Cabral cresceu e afirmou-se como homem politico, cujas dimensões de líder do Movimento de Libertação Nacional, do estratega militar e do teórico revolucionário, contribuiram para a sua reconhecida projeção internacional”, destacou.
De acordo com Umaro Sissoco Embaló Amílcar Cabral definia-se a si próprio como “um simples africano que quis saldar a sua dívida para com o seu povo, e viver a sua época”.
O chefe de Estado guineense sublinhou que poucos dias antes da sua morte, Amílcar Cabral anunciou, na sua mensagem de Ano Novo, em Janeiro de 1973, a transformação política mais importante da nossa história.
“Vamos, no decurso deste ano, e tão cedo quanto seja possivel, reunir a Assembleia Nacional Popular na Guiné, para que ela cumpra a primeira missão histórica que lhe compete: a proclamação da existência do nosso Estado, a criação de um Executivo para esse Estado e a promulgação de uma Lei Fundamental – a primeira Constituição da nossa história – a qual será a base da existência ativa da nossa nação africana”, referiu citando as palavras proferidas por Amílcar Cbarla.
Disse que os grandes sucessos que foram alcançados em todas as frentes no campo militar e na diplomacia, na ação política e na construção institucional do Estado garantiram a plena concretização da agenda estratégica que Amílcar Cabral tinha definido para 1973.
A conquista da independência pelos povos da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, diz o PR, ficará para sempre associada ao seu nome.
Amílcar Cabral não viveu muitos anos. Morreu na Republica irmã da Guiné, assassinado em Conacri, na noite de 20 de Janeiro de 1973. Tinha 48 anos de idade.
Umaro Sissoco Embaló disse que, na qualidade de Presidente da República da Guiné-Bissau, é com muito prazer que, hoje, dia 12 de Setembro de 2024, deu início às comemorações do centenário de nascimento de Amílcar Cabral, que a primeira Assembleia Nacional Popular, reunida nas Colinas do Boé, a 24 de setembro de 1973, atribuiu o título de Fundador da nossa Nacionalidade.
Amílcar Cabral tinha 36 anos de idade em 1960, quando decidiu interromper a sua carreira profissional, para se entregar inteiramente à luta de libertação nacional para a independência da Guiné e de Cabo Verde.
Conhecendo essa decisão de Amílcar Cabral, de deixar a sua profissão de Engenheiro Agrónomo, um seu antigo professor, comentou : “a Agronomia ficou mais pobre, mas o mundo ficou muito mais rico.”
Amílcar Cabral instalou-se, a partir de 6 de Maio de 1960 em Conacri, capital da vizinha República da Guiné, independente desde 1958, seria, com o apoio do Presidente Sekou Touré, a retaguarda segura que o PAIGC teve, durante quase 14 anos.
O aquartalamento da Amura abriu as suas portas e recebeu a população de Bissau para o centenário de Amílcar Cabral cujas ecelebrações vão prolongar até ao próximo mês de Novembro.
Presentes na cerimónia estiveram a segunda Vice-Presidente da Assembleia Nacional Popular,Adja Satú Caamará, Primeiro-ministro,Rui Duarte Barros Vice-Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Lima André António, Presidente do Tribunal de Contas, membros do Corpo Diplomático e Representantes dos organismos internacionais e o Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas, General Biague Na Ntan. ANG/LPG//SG