Coreia do Norte/Acusada de se envolver no conflito ucraniano, a Coreia do Norte lança um míssil intercontinental
(ANG) – A Coreia do Norte disparou um dos seus mísseis mais poderosos na quinta-feira com o objectivo declarado de reforçar a sua dissuasão nuclear.
Trata-se da sua primeira demonstração de força desde que foi acusada de ter enviado milhares de soldados para a Rússia com o objetivo de eventualmente intervir contra a Ucrânia.
O exército sul-coreano disse quinta-feira ter “detetado um míssil balístico lançado a partir da região de Pyongyang em direção ao mar do leste por volta das 7 horas” da madrugada locais. Este engenho, segundo as autoridades japonesas, pertence à “categoria de mísseis balísticos intercontinentais”, que têm um alcance de pelo menos 5.500 quilómetros e são geralmente lançados com cargas nucleares.
A própria Coreia do Norte confirmou ter efetuado um teste “crucial”, no âmbito do reforço da sua “dissuasão nuclear”, este tiro tendo respondido, segundo o presidente norte-coreano, “plenamente ao objetivo de informar os seus rivais da sua intenção de ripostar”.
A China, tradicional aliada de Pyongyang, expressou a sua preocupação perante o aumento da tensão -já patente nestes últimos tempos- entre as duas Coreias e pediu uma “resolução política da questão da península”.
O lançamento deste míssil firmemente condenado por Washington e Seul, aconteceu pouco depois de ambos pedirem à Coreia do Norte para retirar as suas tropas da Rússia, onde, referem que cerca de 10 mil soldados foram enviados para uma possível ação contra as forças ucranianas.
A Coreia do Norte que não confirma nem desmente o envio de tropas para a Rússia, tem vindo a fortalecer os seus elos militares com esse país, através nomeadamente da assinatura em Junho de um acordo de defesa mútua.
Perante a suspeita do campo ocidental de que Pyongyang estaria a fornecer armas à Rússia, Seul informou que encara a possibilidade de responder com o envio direto de armamento para a Ucrânia. Uma hipótese perante a qual estava reticente até agora, por ser contrária à sua tradicional política de não se envolver em conflitos ativos. ANG/RFI