Cuba/Centenas de cidadãos saíram às ruas para denunciar escassez energética
(ANG) – Centenas de cubanos saíram às ruas de Santiago de Cuba no domingo,(17), para protestar contra os longos cortes de energia, escassez de combustíveis e o aumento do custo de vida.
O Presidente Miguel Díaz-Canel reagiu à manifesta
ção , a maior desde 2022, alertando “contra os inimigos da revolução que exploram este contexto para desestabilizar o país”.
Foi através da rede social X que o Presidente cubano reagiu às manifestações deste domingo em Santiago de Cuba, a segunda maior cidade da ilha. Miguel Díaz-Canel reconheceu o descontentamento dos cubanos com o serviço eléctrico do país e com a distribuição de alimentos, sublinhado que este contexto de protesto pode ser aproveitado pelos “inimigos da revolução”.
“Existem terroristas radicados nos Estados Unidos que incentivam estas ações para desestabilizar o país”, referiu.
A embaixada dos Estados Unidos em Havana apelou ao governo cubano para “respeitar os direitos dos manifestantes”.
Em resposta, o ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodriguez, exortou Washigton a “não interferir nos assuntos internos do país”.
Cuba enfrenta uma vaga de cortes de energia devido às obras na central termoelétrica de Antonio Guiteras, a maior da ilha. Os cortes de energia e a escassez de alimentos levaram as pessoas para a rua, com a população denunciar ainda o aumento do custo de vida.
Em 2022, Cuba registou uma baixa de produção energética, sem precedentes, provocada pela passagem do Furacão Ian, tendo a situação melhorado um pouco em 2023.
Todavia, o sistema de produção e energia baseia-se em oito velhas centrais-eléctricas e em oito barcos-geradores que aluga a Turquia, país afetado pela escassez de combustíveis.
A economia cubana não consegue reerguer-se desde da pandemia do COVID, um contexto agravado pelo embargo americano em vigor desde 1962. Em 2023, o PIB da ilha fixava-se nos 2%. Em 2021, Cuba registou uma vaga de protestos anti-governamentais com a população, de forma inédita, a denunciar a ditadura e a forme. Centenas de manifestantes foram presos e condenados até 25 anos de prisão. ANG/RFI