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Desporto-Boxe/Pugilistas Milanca e Érica desafiam as raparigas a abraçarem a modalidade

Desporto-Boxe/Pugilistas Milanca e Érica desafiam as raparigas a abraçarem a modalidade

(ANG) – As  pugilistas guineenses, Eriquinha Ussumane Mendes e Milanca Figueiredo, ambas professoras no Ginásio DaKosta-Dojo pretendem desafiar os jovens, em particular as raparigas, para abraçarem a modalidade de boxe no país.

Em entrevista exclusiva à ANG, Milanca Figueiredo disse que antes era praticante de basquetebol, e que o boxe nunca lhe passou pela cabeça.

Disse que  começou a ter  paixão pela   modalidade através de um colega que lhe apresentou ao proprietário do ginásio Dojó,
Adelino da Kosta, que lhe  anunciou que precisavam de senhoras para treinar.

“Daí, fui de imediato, porque tenho paixão pelo desporto, não só para o domínio de técnicas, mas também  para preservar a minha saúde. E a partir de setembro de 2022 iniciei os meus treinos”, disse.

Milanca Figueiredo disse que, realmente, o boxe é um desafio difícil para as raparigas na sociedade guineense.

“Na nossa sociedade, quando digo a alguém que sou praticamente de boxe,  sempre questiona se vou conseguir, tendo em conta que é um desporto muito duro para a camada feminina, e quanto mais para mim com uma estatura física  baixa”, referiu.

Aquela desportista contou  que decidiu agarrar a modalidade para demonstrar a sociedade  que não conta o género, quando se  pretende fazer algo.

“Em qualquer tipo de desporto  ou trabalho no  mundo, não conta a questão de  ser homem nem mulher , nem magro ou gordo . Depende da vontade da pessoa e o empenho do seu instrutor para  fazer-lhe aprender”, salientou.

 Milanca Figueiredo sustenta  que não adianta uma pessoa ter a vontade de aprender uma certa coisa se o seu instrutor não a tenha, porque acaba por se criar uma certa desmotivação.

Questionada sobre como consegue articular  os treinos e a tarefa de casa, reconheceu que  é difícil essa situação, acrescentando que, as vezes acaba por suprimir alguns trabalhos de casa tendo em conta que tem que ir aos treinos de manhã, ir as aulas à tarde, o que diz ser difícil.

“Mas é o caminho que escolhi, independentemente de ser difícil ou fácil, cabe a mim saber organizar a minha agenda diária, de forma a conciliar tudo. E graças a Deus tenho famílias que me apoiam em algumas tarefas”, disse.

Questionada sobre se não há descriminação quando treinam os homens no ginásio, respondeu que sim, as vezes acontece, frisando que na última vez um cliente  chegou de lhe menosprezar por ser rapariga e além de mais franzina.

Érica Ussumane Mendes disse que como mulher,  abraçar a carreira de pugilista foi uma decisão muito difícil da sua vida, salientando que, graças ao apoio do proprietário do ginásio conseguiu superar todos os obstáculos e que agora já está a trabalhar e a ganhar algo para o sustento da sua vida.

“Nada é fácil no mundo, o importante é  crer e saber lutar para o conseguir”, disse a Erica, para quem os treinos servem  não só para manter a saúde física mas também mental. ANG/ÂC//SG

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