Etiópia/ “A impunidade contra crimes cometidos contra jornalistas ainda é extremamente elevada”, diz Diretor do gabinete de ligação da UNESCO com a UA e UNECA
(ANG) – A impunidade por crimes cometidos contra jornalistas “ainda é extremamente elevada”, alertou a Diretora do Gabinete de Ligação da UNESCO com a União Africana (UA) e a UNECA em Adis Abeba, Sra. Bissoonauth, deplorando os assassinatos de jornalistas, incluindo mulheres.
Em entrevista ao MAP por ocasião da celebração, nos dias 6 e 7 de Novembro em Adis Abeba, do 10º Dia Internacional para Acabar com a Impunidade dos Crimes Cometidos contra Jornalistas, co-organizado na sede da UA pela UNESCO e pela Comissão da UA sob o tema “Segurança dos jornalistas em tempos de crise e situações de emergência”, a Sra. Bissoonauth observou que 85 por cento dos assassinatos de jornalistas permanecem impunes no mundo.
Citando o Relatório do Diretor Geral da UNESCO sobre a segurança dos jornalistas e o perigo da impunidade (2022/2023), a Sra. Bissoonauth sublinhou que esta taxa de 85 por cento diminuiu apenas 4 pontos em seis anos, apelando a todos os membros. os Estados a agir e implementar as recomendações adoptadas para pôr fim a esta impunidade.
O Diretor do Gabinete de Ligação da UNESCO com a UA e a UNECA também lamentou que as mulheres jornalistas representassem 9% dos assassinatos em 2022-2023. “Infelizmente, o nível de impunidade está claramente a aumentar para as mulheres jornalistas, mas para mim o que ainda me emociona é saber que o número de mulheres jornalistas mortas nos últimos sete anos é o mais elevado”, daí a necessidade de uma acção urgente, disse ela.
Bissoonauth acrescentou que o relatório da UNESCO 2022/2023 mostra 162 assassinatos de jornalistas, a maioria deles em países em conflito, um aumento de 38 por cento em comparação com 2020 e 2021.
Anunciou que a UNESCO apresentará durante esta comemoração, em particular, um guia para psicólogos que trabalham com jornalistas em situações de emergência, com o objetivo de ajudar os psicólogos a terem ferramentas práticas para oferecer apoio psicológico em momentos de conflito e crise e especialmente com um atendimento específico. ênfase nas necessidades das mulheres jornalistas.
Segundo a UNESCO, o tema escolhido para o 10.º Dia Internacional para Acabar com a Impunidade dos Crimes contra Jornalistas em Adis Abeba está alinhado com os objectivos da Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, em particular o Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 16, que visa “promover o advento de sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, garantir o acesso à justiça para todos e estabelecer instituições eficazes a todos os níveis, responsáveis e abertas a todos.
O tema está também alinhado com a Agenda 2063 da União Africana, cuja Aspiração 3 visa promover “uma África de boa governação, democracia, respeito pelos direitos humanos, justiça e estado de direito”, e a Aspiração 4 visa promover “uma África viva na paz e na segurança”, com o objectivo de “fortalecer a governação, a responsabilização e a transparência como alicerce de uma África pacífica”.ANG/FAAPA