EUA/Ataques dos Houthis obrigam EUA a desviar tráfego marítimo

(ANG) – Os ataques dos Houthis do Iémen contra navios norte-americanos está a obrigar os Estados Unidos a desviar o tráfego marítimo do canal do Suez. O grupo rebelde diz estar a agir em solidariedade com o povo palestiniano.

A informação foi divulgada neste domingo, 23 de março, por Mike Waltz, conselheiro da Casa Branca, que confirmou que três quartos do tráfego marítimo americano segue agora pela África Austral, para evitar os ataques dos Houthis no Iémen.

“75% do nosso tráfego marítimo com bandeira dos EUA deve passar pela costa sul da África e não pelo Canal de Suez”,disse.

Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada por um ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, os Houthis, que controlam grandes áreas do Iémen, têm realizado diversos ataques com mísseis contra Israel e navios acusados de manter ligações com Israel, justificando sua acção como um gesto de solidariedade com os palestinos.

Após a entrada em vigor, em 19 de janeiro, da frágil trégua em Gaza, os Houthis, apoiados pelo Irão, cessaram os ataques, mas no início de março anunciaram a intenção de retomá-los, após a recusa de Israel em permitir a entrega de ajuda humanitária ao território palestiniano.

Em resposta, os Estados Unidos realizaram ataques a redutos do grupo. Neste domingo, os Houthis do Iémen informaram que uma pessoa foi morta e outras treze ficaram feridas em um ataque em Sanaa, na capital, que atribuem aos Estados Unidos.

Os Estados Unidos não confirmaram a realização do ataque, mas um responsável do Pentágono disse à AFP que “o Centcom está realizando ataques contra vários locais Houthi apoiados pelo Irão no Iémen”. O Comando Central dos EUA publicou vídeos nas redes sociais de aeronaves militares decolando para “Restaurar a Liberdade de Navegação”.

Depois de anos de combates nas montanhas áridas do Iémen e de sobreviver a milhares de ataques aéreos, os rebeldes Houthispró-Irão não são um alvo fácil para os militares dos EUA.  O investigador do think tank Atlantic Council, Alex Plitsas, aforma que  “a capacidade de resistência dos Houthis deve-se ao facto das armas estarem dispersas pelo terreno montanhoso do Iémen, complicando os esforços de selecção de alvos”.ANG/RFI