Exposição “Amílcar Cabral” viaja até Bissau nos 50 anos da independência
(ANG) – A exposição “Amílcar Cabral”, organizada para as comemorações do 25 de Abril em Portugal, viajou até à Guiné-Bissau para assinalar os 50 anos da independência do país africano e abre ao público, na quinta-feira, no Palácio Presidencial.
Aquele que é considerado herói nacional na Guiné-Bissau é homenageado nesta exposição que já esteve patente no Palácio Baldaya, em Lisboa, e inicia agora uma itinerância pela Guiné-Bissau e, no próximo ano, Cabo Verde.
A mostra abre ao público no dia das comemorações dos 50 anos da independência da Guiné-Bissau, para a qual contribuiu decisivamente o histórico guerrilheiro, assassinado antes da proclamação unilateral da mesma.
A Guiné-Bissau prepara-se para assinalar, em 2024, o centenário do nascimento de Amílcar Cabral e a história do líder político, engenheiro agrónomo e ativista cultural poderá ser visitada nesta exposição.
Trata-se de uma nova edição de “Amílcar Cabral, Uma Exposição” organizada pela Comissão Executiva da Estrutura de Missão para as Comemorações do quinquagésimo aniversário da Revolução portuguesa, e que conta com o apoio do Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, da Embaixada de Portugal em Bissau e das autoridades guineenses.
Comissariada por José Neves e Leonor Pires Martins, um dos responsáveis pelo projeto de arquitetura da mostra,
Ricardo Santos, explicou à Lusa que “a exposição passa um pouco por toda a vida de Amílcar Cabral, mas também toda a influência que a obra dele tem até aos nossos dias”.
Organizada de forma cronológica, a mostra começa nos anos 50, 60 do século passado e acaba com vídeos e instalações, mais recentes, da autoria de pessoas que continuam a trabalhar sobre a obra e a memória de Amílcar Cabral.
A exposição é composta por documentos históricos, recortes de jornais, cartazes, fotografias e documentos, nomeadamente com o partido que fundou, o PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde), assim como por um mapa com todas as viagens que fez pelo mundo.
O adido para a cooperação e representante do Instituto Camões na Guiné-Bissau, António Nunes, disse à Lusa que o instituto financiou o transporte e a montagem por entender que “seria vantajoso que a população da Guiné-Bissau pudesse ter acesso à exposição para que vissem o impacto que Amílcar Cabral teve”.
A organização destaca que a história da Guiné-Bissau, a primeira colónia a declarar a independência, é indissociável do 25 de Abril e da liberdade em Portugal.
O académico Vítor Barros irá guiar os visitantes nesta mostra com o entusiasmo com que tem estudado e publicado em revistas e seminários internacionais sobre Amílcar Cabral.
Observou à Lusa que o homem ligado à independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde “continua ainda hoje em várias partes do mundo a despertar interesse e admiração” e gostava que “as ideias de Cabral fossem ensinadas nas universidades e em escolas de referência”. ANG/Inforpress/Lusa