Irão/ Governo declara que não vai abandonar enriquecimento de Urânio apesar das ameaças americanas
(ANG) – A diplomacia de Teerão reconhece que o programa nuclear está parado mas não o podem abandonar, trata-se de uma “questão de orgulho nacional”.
O direito de continuar a enriquecer urânio foi assim reivindicado um mês depois de os Estados Unidos bombardearem o país, entrando na guerra desencadeada pelo aliado israelita.
Há praticamente um mês que não se ouvem bombas no Irão. A guerra lançada por Israel para destruir o programa nuclear do regime de Teerão começou a 13 de Junho. Os ataques visaram instalações científicas, investigadores e altas patentes militares. Teerão ripostou lançado salvas de mísseis sobre Israel. Os ataques terão feito um milhar de mortos no Irão e, pelo menos, 28 em Israel.
A “Guerra dos 12 dias”, como lhe chamou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, culminou com o bombardeamento americano às instalações de Ispahan, Natanz e Fordo, há precisamente um mês.
Trump anunciou de imediato a destruição do programa nuclear iraniano, embora muitas vozes tenham afirmado que seria difícil de avaliar o verdadeiro impacto dos bombardeamentos.
Ontem à noite, o ministro dos negócios estrangeiros do Irão, Abbas Araghci, afirmou à estação norte-americana Fox News que o programa nuclear está “parado, porque os estragos são graves e sérios.” No entanto, sublinhou que o seu país “não pode abandonar o enriquecimento de urânio porque se trata de um feito dos [seus] cientistas “, além de ser, agora “uma questão de orgulho nacional”.
Para o final da semana está agendada para Istambul, na Turquia, uma ronda de negociações com alemães, britânicos e franceses. Em cima da mesa está um eventual regresso das sanções europeias. Mas Teerão pode também abrir um canal de comunicação com Washington. Abbas Araghci disse à Fox News que a diplomacia iraniana estava disponível para conversações com os Estados Unidos, mas “por agora” apenas de forma indirecta. ANG/RFI