Israel/Netanyahu ameaça Líbano com mesmo nível de destruição que infligiu a Gaza
(ANG) – O Hezbollah disparou nesta quarta-feira, 9 de Outubro, rockets contra Israel, um dia depois do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ter ameaçado o Líbano com o mesmo nível de destruição que infligiu a Gaza.
Num discurso dirigido ao povo libanês, Benjamin Netanyahu explicou, terça-feira, que Israel enfraqueceu as capacidades do Hezbollah, sublinhado que nos últimos ataques foram eliminados “milhares de terroristas, nomeadamente Hassan Nasrallah, o substituto de Nasrallah e o substituto do seu substituto”.
O primeiro-ministro israelita disse ainda que os libaneses “têm oportunidade de salvar o Líbano” antes que este caia numa guerra que leve “à destruição e sofrimento que se vê em Gaza”.
Israel está a preparar uma resposta ao ataque lançado, a 1 de Outubro, pelo Irão com 200 mísseis contra o território israelita. Ataque que Teerão diz ter sido a resposta ao assassínio de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah e do líder do Hamas palestiniano Ismaïl Haniyeh, mortes reclamadas por Israel.O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araghchi, avisou Israel para “não pôr à prova” a determinação de Teerão, perante a possibilidade de ataques israelitas em resposta à investida do Irão, na semana passada.
No terreno, as forças armadas israelitas afirmaram que estão a expandir a operação terrestre no Líbano com o destacamento de uma quarta divisão, enquanto o movimento xiita libanês garante que impediu, por duas vezes, que tropas israelitas se infiltrassem na cidade fronteiriça de Blida, no sudoeste do Líbano.
Face à escalada no Médio Oriente, o chefe da diplomacia da União Europeia lembrou que a Europa deve tentar tirar partido da actual”fraqueza”do Hezbollah para reforçar as estruturas políticas do Líbano e garantir um acordo de cessar-fogo com Israel,
Josep Borrell apelou repetidamente aos intervenientes regionais para que respeitem o direito internacional e humanitário, criticando Israel por bombardear infra-estruturas civis e pela violência dos colonos na Cisjordânia ocupada. O responsável pela diplomacia da União Europeia apresentou também uma proposta de sanção a dois ministros israelitas. ANG/RFI