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Madrid/Puigdemont está “fora de Espanha” e juiz pede explicações à polícia

Madrid/Puigdemont está “fora de Espanha” e juiz pede explicações à polícia

(ANG) – Após a breve aparição pública em Barcelona, na quinta-feira, o líder independentista catalão Carles Puigdemont já está “fora de Espanha”, de acordo com o seu advogado, e partiu “em direcção a Waterloo”, segundo o secretário-geral do seu partido.

Um juiz do Tribunal Supremo pede explicações à polícia catalã e ao ministério do Interior já que Carles Puigdemont não foi detido apesar de ser alvo de um mandado de captura em Espanha pela declaração unilateral de independência da Catalunha em 2017.

Esta sexta-feira, o advogado de Carles Puigdemont, Gonzalo Boye, declarou na estação de rádio catalã Rac1 que o seu cliente está “fora de Espanha” e que vai falar “hoje e amanhã”. Na mesma rádio, Jordi Turull, o secretário-geral do seu partido, Juntos pela Catalunha, disse que o líder independentista partiu “em direcção a Waterloo” e que não sabia se ele já tinha chegado à cidade belga.

Entretanto, o Tribunal Supremo espanhol pediu à polícia catalã e ao Ministério do Interior informações sobre a operação para deter Carles Puigdemont, assim como “os elementos que determinaram o seu fracasso do ponto de vista técnico-policial”.

É que o antigo presidente do Governo Regional da Catalunha continua alvo de um mandado de detenção em Espanha por ter declarado unilateralmente a independência da Catalunha em 2017 e, desde então, vive na Bélgica para não ser preso. Ainda assim, esta quinta-feira, conseguiu surgir em público e fazer declarações para milhares de apoiantes no centro de Barcelona sem ser detido. Tanto mais que, como foi eleito deputado nas eleições catalãs de 12 de Maio, Puigdemont tinha anunciado que estaria na sessão parlamentar de quinta-feira.

A polícia até montou um perímetro de segurança em redor do parlamento, mas Puigdemont desapareceu. Depois, foi montada outra operação para controlar estradas e tentar localizá-lo, mas também não funcionou. Quem acabou detido foram dois elementos da polícia catalã por suspeita de terem ajudado o dirigente a abandonar o centro de Barcelona.

Face às críticas de que está a ser alvo, a polícia negou qualquer “acordo ou conversação prévias” com Puigdemont e afirmou, em comunicado, que tentou deter o político, mas não conseguiu porque a prioridade foi evitar distúrbios e ele esteve sempre rodeado por milhares de pessoas.

O ministro da Justiça, em deslocação a Paris para os Jogos Olímpicos, assegurou que a operação para deter Puigdemont “era da responsabilidade” da polícia catalã, a quem atribuiu a competência para “aplicar os mandados judiciários”.

Apesar da lei da amnistia negociada entre Pedro Sánchez e os partidos soberanistas, Puigdemont continua a ser alvo de mandado de captura porque o Supremo Tribunal considerou que um dos crimes de que ele é acusado – desvio de fundos para organizar o referendo para a independência – não está abrangido por essa lei.ANG/RFI

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