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Mali/Junta militar  anuncia fim do acordo de paz de Argel

(ANG) – A junta no poder no Mali anunciou, na quinta-feira à noite, o “fim com efeito imediato” do acordo de paz de Argel, assinado em 2015 com grupos independentistas do norte do país e que era considerado como essencial para estabilizar o Mali.

O acordo de Argel, assinado em 2015 entre o governo maliano e os grupos armados predominantemente tuaregues, tinha restabelecido a paz no norte do Mali até à retoma de hostilidades no ano passado. Esta quinta-feira à noite, na televisão estatal, o coronel Abdoulaye Maïga, porta-voz do governo militar, anunciou o “fim com efeito imediato” desse acordo. O responsável falou de “actos de hostilidade e instrumentalização do acordo por parte das autoridades argelinas” e “mudança de postura de certos grupos signatários”.

O fim do acordo não surpreende porque acontece num ambiente de profunda degradação das relações entre o Mali e a Argélia. Na quinta-feira, o coronel Maïga também leu um comunicado especificamente contra a Argélia, no qual falou “na multiplicação de actos hostis e na interferência nos assuntos internos do Mali por parte das autoridades argelinas”. A junta militar acusa Argel de alojar certos signatários do Acordo de 2015 que considera como “terroristas”.

Por outro lado, o acordo já estava moribundo desde a retoma, no ano passado, das hostilidades entre os grupos independentistas tuaregues do Norte e o governo militar, na sequência da retirada, a pedido da junta, das forças francesas e das forças de manutenção da paz das Nações Unidas.

Por outro lado, o acordo sofreu outro rude golpe, a 31 de Dezembro, quando o líder da junta, o coronel Assimi Goïta, anunciou a implementação de um “diálogo directo inter-maliano”, ou seja, sem a mediação da Argélia.

Argel tem sido o principal mediador nos esforços de paz entre o Mali e os rebeldes tuaregues, cuja campanha separatista no norte lançou o país num conflito violento durante mais de uma década e abriu caminho para o fortalecimento dos grupos jihadistas no Sahel. A violência provocou milhares de mortos e milhões de deslocados e propagou-se ao centro do Mali, ao Burkina Faso e ao Níger.ANG/RFI

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