Migração ilegal/Resgatados 80 migrantes ao largo de Dakar pouco antes de visita de PM espanhol
(ANG) – Cerca de 80 migrantes da África ocidental foram interceptados há dois dias numa piroga ao largo de Dakar, indicaram quarta-feira as forças armadas senegalesas.
Isto sucede pouco antes de uma visita que o chefe do governo espanhol efectua na tarde de quarta e até hoje quinta-feira ao Senegal, no âmbito de uma digressão regional cujo objectivo é abordar com os seus interlocutores a questão da imigração clandestina.
76 candidatos à “emigração clandestina” oriundos de diferentes países da África do Oeste, entre os quais foi contabilizado um Bissau-Guineense, foram resgatados na noite de segunda para terça-feira quando se encontravam a bordo de uma piroga a 80 quilómetros da capital, indicaram as autoridades do Senegal, país que é um dos principais pontos de partida de migrantes rumo à Europa.
No sentido de prevenir a emigração clandestina, Dakar refere ter implementado uma série de medidas, nomeadamente “patrulhas mistas” em vários pontos desde meados de Agosto. Uma operação que segundo as autoridades locais permitiu interpelar 453 candidatos à emigração e passadores.
Medidas que decerto deveriam estar na ementa da visita que o Primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez efectua a partir da tarde de quarta-feira e até hoje quinta-feira no Senegal, nesta que será a última etapa da digressão que o conduziu ontem à Mauritânia, antes de seguir para a Gâmbia.
O combate à emigração clandestina é o denominador comum desta deslocação, perante o aumento substancial da chegada de candidatos à emigração oriundos da região no arquipélago espanhol das Canárias, território europeu mais acessível a partir daquela zona de África.
Com efeito, de acordo com dados oficiais, desde o começo do ano e até 15 de Agosto, mais de 22 mil migrantes chegaram àquele arquipélago, contra cerca de 10 mil durante o mesmo período no ano passado.
Um fenómeno perante o qual Pedro Sánchez procura formas de canalizar uma emigração legal. Esta foi nomeadamente a solução que privilegiou com as autoridades da Mauritânia, durante a primeira etapa da sua digressão.
Numa declaração conjunta divulgada esta manhã, os dois governos dizem ter chegado a um consenso sobre meios de “promover migrações seguras, ordenadas e legais” bem como de “garantir um tratamento justo e humano dos migrantes”.
Paralelamente, os dois países assinaram um memorando de entendimento para a implementação designadamente de “um projecto-piloto de selecção de trabalhadores da Mauritânia no seu país de origem”para trabalharem em Espanha.ANG/RFI