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Portugal/Lavagem de dinheiro da Guiné-Bissau provoca demissão de administrador do Novo Banco

Portugal/Lavagem de dinheiro da Guiné-Bissau provoca demissão de administrador do Novo Banco

 (ANG) – O administrador do Novo Banco foi demitido das suas funções na sequência de “operações financeiras suspeitas” que deram origem a uma denúncia às autoridades.

Carlos Brandão terá participado numa operação de branqueamento de dinheiro com proveniência das finanças públicas da Guiné-Bissau. 

Aproximadamente 500 mil euros terão sido desviados do erário público da Guiné-Bissau para Portugal. Carlos Brandão, administrador do Novo Banco, um dos mais importantes bancos portugueses, terá engendrado uma plataforma de branqueamento de dinheiro de origem ilícita de forma a não ser descoberto pelos mecanismos de detecção de branqueamento de capitais.

O maquilhar das contas para evitar deixar rasto usando testas-de-ferro e sucessivos depósitos feitos em dinheiro vivo no Novo Banco e noutras instituições financeiras portuguesas e as “reuniões secretas” entre membros do governo da Guiné-Bissau e Carlos Brandão são alguns dos ingredientes que levaram à demissão do administrador esta terça-feira.

O dinheiro vivo entraria em Portugal por vias que ainda serão apuradas pela investigação da Unidade Nacional de Combate à Corrupção. .

Carlos Brandão contaria com a ajuda da mulher e do seu motorista no Novo Banco – que transportava malas com milhares de euros para depositar.

Para já, o agora ex-administrador e a mulher foram constituídos arguidos por crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e falsificação.

Carlos Brandão, que foi denunciado ao Ministério Público pelo Novo Banco por “operações financeiras suspeitas na sua esfera pessoal”, estava a ser investigado em segredo nos últimos tempos. Esta terça-feira, a Polícia Judiciária portuguesa realizou “quatro buscas domiciliárias, uma busca em estabelecimento bancário e sete buscas não domiciliárias”.

Em comunicado, o Novo Banco garante que “as operações em causa não estão relacionadas nem envolvem, de forma alguma, o Banco e, como tal, não têm qualquer impacto nos clientes, em contas ou operações de clientes, na posição financeira ou na actividade do Banco, nas suas operações comerciais, no sistema de gestão de riscos nem nos seus colaboradores”. ANG/RFI

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