Presidente da República inicia visita oficial de três dias a China
(ANG) – O Presidente da República ,Umaro Sissoco Embaló iniciou esta quarta-feira uma visita de estado de três dias à República Popular da China.
O chefe de estado guineense deverá renovar no quadro dessa visita o quadro de geral da cooperação entre Bissau e Pequim.
O programa de Umaro Sissoco Embaló na China inclui encontros com Xi Jinping e o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e uma visita à estatal Aluminum Corporation of China, sediada em Pequim.
Na quinta-feira, o chefe de Estado guineense viaja para Xangai, “capital” económica do país asiático, onde se vai reunir com representantes do governo local, visitar o Instituto de Pesquisa do grupo tecnológico chinês Huawei e a cidade universitária de Songjiang.
Os dois países cooperam desde 1974 em diversas destacando-se as de infraestrturas, agricultura, saúde, Pescas e formação.
China com a construção de infraestruturas, a agricultura e as pescas a aproximarem Pequim e Bissau, num modelo de cooperação entre o país asiático e nações em desenvolvimento.
Entre as infraestruturas erguidas no país africano com apoio da China estão o edifício da Assembleia Nacional Popular‚ edifício-sede do Governo‚ o Palácio da Justiça‚ o Palácio Presidencial e várias unidades hospitalares.
As estradas Buba, Catió e Quebo, Cacine, uma ponte sobre o Rio Farim ou um “grande centro de conferências” para a presidência da Guiné-Bissau da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), anunciado esta semana pelo Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, antes de embarcar para Pequim são outras das obras financiadas pela China, também no âmbito da iniciativa chinesa Faixa e Rota.
Os dois países assinaram, em 2021, um memorando de entendimento no âmbito da Faixa e Rota.
Designado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, como o “projeto do século”, a iniciativa foi inicialmente apresentada no Cazaquistão como um novo corredor económico para a Eurásia, inspirado na antiga Rota da Seda. Na última década, no entanto, a Faixa e Rota adquiriu dimensão global, à medida que mais de 150 países em todo o mundo aderiram ao programa.
A aproximação entre Pequim e os países envolvidos abarca um incremento das consultas políticas e cooperação no âmbito do ciberespaço, meios académicos, imprensa, regras de comércio ou acordos de circulação monetária, visando elevar o papel da moeda chinesa, o yuan, nas trocas comerciais. A Faixa e Rota envolveu também a fundação de instituições que rivalizam com agências estabelecidas como o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional.
Num artigo publicado pela imprensa oficial chinesa, o embaixador guineense em Pequim, António Serifo Embaló, destacou a construção da única estrada na Guiné-Bissau que liga o aeroporto internacional Osvaldo Vieira à localidade de Safim, obra orçada em 13,6 milhões de euros.
“O apoio chinês exemplifica o empenho na implementação da Iniciativa Faixa e Rota (…) e estabelece uma base sólida para o desenvolvimento económico e social da Guiné-Bissau, elevando a relação entre as duas nações”, apontou o diplomata.
Serifo Embaló destacou como áreas prioritárias para futura colaboração e desenvolvimento os setores infraestruturas, transportes, eletricidade, minas, agricultura e cuidados de saúde.
A nível empresarial, o setor das pescas tem sido um importante foco de atividade. Entre as empresas chinesas a operar no país está a Corporação Nacional de Pescas da China. O principal Porto de Pesca Artesanal, em Bissau, orçado em 26 milhões de dólares (24 milhões de euros), foi também construído por um grupo estatal chinês, a título donativo.
O comércio entre os dois países é feito num só sentido: Em 2023, a China exportou cerca de 60 milhões de dólares (55 milhões de euros), sobretudo arroz polido, estações portáteis de comunicação e calçado, enquanto as importações chinesas fixaram-se em cerca de 2.000 dólares (1.800 euros), sendo os principais produtos peças de máquinas, segundo dados das alfândegas chinesas.
.ANG/Lusa