
Regiões/ Rede Plus recomenda maior participação das comunidades nas questões ambientais no Arquipélago dos Bijagós

(ANG) – A Rede Plus recomendou no último fim de semana a promoção e participação massiva de elementos da comunidade nos assuntos ambientais do Arquipélago de Bijagós.
De acordo com o despacho do Correspondente da ANG na Região de Bolama/ Bijagós, essa recomendação saiu de um workshop realizado no passado dia 12 pelo projeto REDE PLUS, na lha de Bubaque.
Os participantes desse seminário ainda recomendaram o reforço de campanhas de sensibilização dos atores implicados na exploração dos recursos marinhos e florestais, e o cumprimento da lei da Pesca Artesanal que proíbe a existência de acampamentos de pescadores.
A promoção de uma campanha de Lobby e advocacia junto das autoridades regionais e central, para criação de um gabinete de elaboração de projetos que promovem o desenvolvimento sustentável da Ilha, o reforço de capacidades dos membros da rede das associações de base sobre técnicas de elaboração de projeto e mobilização de fundos, foram outros pontos constantes nas recomendações desse encontro de trabalho.
O Secretário Regional Administrativo de Bolama/Bijagós, Queba Sanhá ,em representação do governador , agradeceu, no ato de abertura, aos responsáveis do projeto pela inclusão da região nas áreas de atuação do projeto , por estar a enfrentar os efeitos das mudanças climáticas .
Sanhá pediu aos participantes do workshop para serem interlocutores nas suas comunidades, a fim de sensibilizar mais elementos da comunidade sobre questões de alterações climáticas, “porque é a própria ação do homem que contribui para essas alterações .
Sanhá deu maior ênfase às associações de base na sensibilização e mudança de comportamento nas comunidades e reconheceu que essas são parceiras do Governo.
Sublinhou que não é possível ter uma boa agricultura e boa colheita sem ter um bom ambiente para isso, e defende que as questões ambientais devem merecer a preocupação de todos os cidadãos da Guiné-Bissau.
Segundo o Responsável do programa do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação FAO, Mário Filinto dos Reis, a REDE faz parte de um dos compromissos que o país assumiu no âmbito do Acordo de Paris, que abrange cinco países da sub-região.
Reis disse que é importante que a Guiné-Bissau mude o seu sistema de produção devido à mudanças climáticas, porque “tem todas as condições para consumir o que produziu ao invés de importar produtos agrícolas”.
Lamentou a falta do engajamento do Estado no setor agrícola, e chama a atenção de que quando se pretende transformar o sistema de produção não se deve mexer com o meio ambiente.
“A preocupação de FAO é aumentar a produção sem prejudicar o meio ambiente”, disse, acrescentando que “para se ter uma vida condigna deve-se passar pela utilização sustentável dos recursos marinhos assim como florestais”.
O projeto REDE PLUS é financiado pelo Fundo Verde de Clima e opera em cinco países da África nomeadamente: Guiné-Bissau, Benim, Gâmbia, Guiné Conacri e Serra Leoa, e tem a duração de 29 meses, e está a ser implementado pelo Ministério do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática sob coordenação da FAO.ANG/SC/JD/ÂC//SG