Religião/LGDH considera destruição da “Baloba de Djokú” em Mindará “atentado à liberdade religiosa”
(ANG) – O Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humjanos (LGDH), considerou hoje de “atentado à liberdade religiosa” a destruição, com fogo, da “Baloba de Djokú”, uma localidade de prática religiosa animista da etnia Pepel, no bairro de Mindará, em Bissau.
(ANG) – O Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humjanos (LGDH), considerou hoje de “atentado à liberdade religiosa” a destruição, com fogo, da “Baloba de Djokú”, uma localidade de prática religiosa animista da etnia Pepel, no bairro de Mindará, em Bissau.
Bubacar Turé falava num encontro com os moradores de Mindará , em jeito de manifestação de repúdio ao ato, recentemente ocorrido, e enquanto entidade executora de um projecto denominado “Observatório da Paz”, que tem como objectivo prevenir o radicalismo e extremismo violento .
“De acordo com a nossa Constituição, a Guiné-Bissau é um Estado laíco, onde todos os cidadãos têm o direito de exprimirem e manifestarem, livremente a religião que querem. Ou seja, deve-se respeitar o princípio da liberdade religiosa”, disse.
Turé salientou que foi nesse quadro que através dos orgãos de comunicação social tomaram conhecimento do ocorrido que considerada de “muito perigoso, de um ato extremista, radical e sectria” que pôe em causa a liberdade religiosa e as leis da Guiné-Bissau.
Segundo o ativista, na qualidade de organização que defende esses valores a Liga não podia ficar indiferente ao que diz ser “ato de intolerância religiosa, que afronta os princípios democráticos e os direitos humanos” .
Bubacar Turé disse que, à semelhança do que fizeram no passado em relação aos ataques à outras religiões estão a fazer a mesma coisa em relação ao ataque à profanação a Baloba de Djokú, que considera de símbolo religioso dos animistas Pepeis.
Bubacar Turé disse que levou duas mensagens ás vitimas: primeira de solidariedade, em que exige as autoridades competentes, nomeadamente, à Polícia Judiciaria e ao Ministério Público investigações céleres, transparentes para indentificar e traduzir a justiça os responsáveis .
Disse que, a segunda é a de paz, pelo que aos moradores de Mindará a se manterem calmos e não fazerem a justiça com as suas mãos.
Em nome dos moradores, Ismael Pedro da Silva, que primeiro louvou a iniciativa da LGDH , disse que foi ele quem impedira a invasão à uma igreja de nome “Mafi “, cujos crentes, os moradores alegam serem os autores do incêndio da Baloba de Djokú.
“Digo isso porque os membros desta igreja realizaram um culto na semana passada por volta das 03 horas da manhã, um momento impróprio para tal, incomodando os moradores e inclusivé deixaram recados de que irão voltar noutro dia e que desta vez vão incendiar a baloba”,explicou.
Questionado se viram quem deitou fogo a baloba, Ismael da Silva disse que não, mas que reitera a ameaça de incendiar a Baloba feita por crentes dessa igreja. “O primeiro e principal suspeito é o ameaçador”, sustentou, acrescentando que encontraram vestígios que os levam a afirmar que o incêndio foi propositado.
Para a recuperação da Baloba, diz Ismael, deve ser desencadeado um processo longo envolvento muitos rituais, e que deve ser, brevemente, uma vez que a Baloba conserva espíritos que ajudam, por exemplo, as mulheres com difculdades de se engravidarem a terem filhos.
Baloba de Djokú foi incendiada na semana passada, o caso já é de conhecimento das autoridades judiciais.
A ANG pude constatar, no bairro, que os moradores estão revoltados, e que os mais radicais falam de retaliação assim que for possível. ANG/MSC//SG