São Tomé e Príncipe/Governo dá prazo de três dias para professores grevistas assinarem entendimento
(ANG) – O governo são-tomense anunciou quarta-feira,em comunicado, ter enviado um memorando “exaustivamente negociado e aceite pelas partes” para ser assinado pelos sindicatos dos professores no prazo de três dias, sob pena de caducidade, no intuito de se suspender a greve no sector do ensino.
Nesta comunicação, o governo refere que “cerca de 4.000 professores, que reclamam os seus direitos, causam danos incomensuráveis aos direitos de outros, nomeadamente, o direito à educação às cerca de 80.000 crianças e jovens, pais, encarregados de educação e agentes económicos”.
Paralelamente, o executivo refere que “continua disponível para discutir o assunto e ajudar a direcção da Intersindical a encontrar formas de mitigação para os constrangimentos sofridos pelos professores e suas famílias, decorrentes das suas responsabilidades, pelo ‘decretamento’ de greve, por tempo indeterminado”.
A questão prende-se com o salário referente ao mês de Março, que o governo considera não ter a obrigação de pagar, alegando que esta responsabilidade pertence ao sindicato, conforme a lei da greve.
O governo afirma “ter esgotado todas as possibilidades com vista a atribuir novos subsídios, para além do esforço realizado”. Por isso entende que a sua principal preocupação é o rápido regresso às actividades lectivas.
O MLSTP-PSD, através do seu líder, Jorge Bom Jesus, apelou ontem o executivo a encontrar uma rápida solução ao bloqueio. “Esta greve não pode durar ad eternum. É isto que nós pedimos ao Primeiro-ministro: humildade máxima”, disse o líder do maior partido de oposição.
Recorde-se que os professores encetaram uma greve no passado dia 1 de Março, para exigir designadamente aumentos salariais e fazer passar o ordenado base de 100 para 400 Euros. Uma eventualidade que o Governo disse ser impossível, as negociações tendo passado a centrar-se em reivindicações de melhorias de subsídios. ANG/RFI