São Tomé e Príncipe/Remodelação governamental
(ANG) – O Chefe de Estado são-tomense, Carlos Vila Nova, nomeou segunda-feira, cinco novos ministros para o Governo que passa agora a ter 13 Ministérios.
O analista político Danilo Salvaterra vê a remodelação como um sinal do cansaço do governo, sublinhado que se trata apenas de uma mudança de nomes e não de estratégia governativa.
No decreto presidencial, Carlos Vila Nova nomeia Lúcio Daniel Lima Magalhães, para o Ministério da Presidência do Conselho de Ministros, dos Assuntos Parlamentares e com a Coordenação do Desenvolvimento Sustentável. Ângela da Costa assume o Ministério da Saúde, acumulando a pasta dos Direitos da Mulher, Disney Leite Ramos, para o Ministério da Economia, Nilda Borges da Mata, para o Ministério do Ambiente, e José do Nascimento de Rio, para o Ministério das Infraestruturas e Recursos Naturais.
Ilza Amado Vaz foi reconduzida para o Ministério da Justiça, Administração Pública e dos Direitos Humanos, Gareth Guadalupe passa do Ministério da Presidência do Conselho de Ministros e Assuntos Parlamentares para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades, cargo que assumia cumulativamente desde Julho do ano passado.
Foram igualmente reconduzidos Jorge Amado, no Ministério da Defesa e Administração Interna, Abel Bom Jesus, no Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Ginésio da Mata, que perde a pasta da Economia, ficando apenas com o Ministério do Planeamento e Finanças. Celsio Vera Cruz Junqueira mantém a pasta do Ministério Trabalho e da Solidariedade, perdendo a área da Saúde.
Isabel Viegas D’Abreu mantém-se no cargo de ministra da Educação, Cultura e Ciências e Eurídice na pasta da Juventude e Desporto. Esta remodelação ministerial afasta Maria Milagre do cargo de dos Direitos da Mulher, juntando-se aos antigos ministros das Infraestruturas e Recursos Naturais, Adelino Cardoso, que se demitiu do cargo na semana passada, e Alberto Pereira, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades, que se demitiu em Julho do ano passado, ambos envolvidos em polémicas.
O analista político Danilo Salvaterra considera que esta remodelação se trata apenas de uma mudança de nomes e não de estratégia governativa.
“Esta remodelação, infelizmente, significa apenas mudança de pessoas. Não haverá mudança na estratégia de governação. Não haverá uma ideia nova que leve o país a avançar. É isto que é muita pena, mas também o próprio partido que está no governo não tem muitas alternativas em termos de pessoas para os lugares”, nota.
Danilo Salvaterra vê ainda a remodelação como um sinal do cansaço do governo e lembra que há muitas questões por esclarecer, nomeadamente os massacres do 25 de Novembro e a questão das privatizações.
“Esta remodelação é como quase em toda a parte, há sempre uma remodelação passado um ano, os governos estão cansados. (…)O governo está cansado, está abatido pela consequência dos diferentes aspectos da vida socioeconómica do país. Temos a questão dos massacres de 25 de Novembro por esclarecer, temos esta questão das privatizações não esclarecidas ou que não funcionaram pela forma como elas nasceram. Temos os protestos e as demissões. Tinha que haver alguma remodelação”, acrescenta Salvaterra. ANG/RFI