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Transparency International / “Maioria dos países fez poucos ou nenhuns progressos”

Transparency International / “Maioria dos países fez poucos ou nenhuns progressos”

(ANG) –  A organização Transparency International, tal como todos os anos, publicou o seu relatório sobre a luta anti-corrupção a nível mundial.

De acordo com esta entidade, «a maioria dos países fez poucos ou nenhuns progressos no combate à corrupção », sendo que “a média global mantém-se inalterada (43), pelo 12° ano consecutivo, com mais de dois terços dos países a registarem resultados inferiores a 50», o que na sua óptica «indicia graves problemas de corrupção”.

Segundo este índice em que foram classificados 180 países de acordo com a percepção do nível de corrupção vigente nas suas respectivas estruturas públicas numa escala de zero (forte corrupção) a 100 (sem corrupção), a Dinamarca (90) lidera pelo 6° ano consecutivo o ranking dos países menos corruptos, seguida pela Finlândia e a Nova Zelândia.

Nesta classificação, a Somália (11), a Venezuela (13), a Síria (13), o Sudão do Sul (13) e o Iémen (16), todos eles afetados por guerras ou crises prolongadas, ocupam os derradeiros lugares.

Classificada em 20º lugar, a França obteve uma pontuação de 71 no Índice de Percepção da Corrupção de 2023, sensivelmente a mesma classificação que em 2013. Apesar de “esta pontuação ter evoluído ligeiramente durante esta década, oscilando entre 69 e 72/100, esta estagnação de dez anos está relacionada com a comunicação governamental que não atribui qualquer prioridade à política de luta contra a corrupção” considera a Transparency International.

No caso de Portugal, a ONG que classifica o país em 34ª posição com 61 pontos, observa que está abaixo do valor médio da sua região (65 pontos) e refere que Portugal é “um dos países da Europa em que se registam falhas ao nível da integridade na política». Neste âmbito, a Transparency International destaca «a necessidade de serem reforçadas as regras relativas aos conflitos de interesses, às normas éticas e à transparência no exercício de funções públicas e nas atividades de lobbying” em Portugal.

No continente africano, a Tranparency International destaca que existem relatos de corrupção, extorsão e interferência política nos sistemas judiciais em países como a Nigéria (25), no Burundi (20) e na República Democrática do Congo (22) e, neste sentido, “apela aos governos para que deem aos sistemas judiciais a independência, os recursos e a transparência necessários para punir eficazmente todos os crimes de corrupção e garantir o equilíbrio entre as instâncias no poder”.

A ONG observa que alguns países melhoraram o seu desempenho, nomeadamente Angola, que este ano alcançou 33 pontos, fixando-se no 121° lugar, o que marca uma melhoria de 14 pontos desde 2019. Uma evolução que, segundo o relatório, tem a ver com a adopção de medidas de luta contra a corrupção que aplicou “de forma consistente” para recuperar bens roubados e responsabilizar os alegados autores desses atos.

Segundo a Transparency International, “à excepção de Portugal e de Cabo Verde (que recolhe 64 pontos), que é agora o país com a pontuação mais alta dentro desta Comunidade,(…) todos os países da CPLP têm uma pontuação inferior a 50, correspondendo a nações com sérios problemas de corrupção”.

Entre os países da África lusófona, a ONG refere nomeadamente que a Guiné-Bissau, com 22 pontos, é o 160º país mais corrupto entre os 180 países analisados. ANG/RFI

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