Padre Augusto Mutna Tambá defende a “construção coletiva” na luta contra radicalismo e extremismo violento no país
(ANG) – O Padre Augusto Mutna Tambá afirmou que a luta contra o radicalismo e o extremismo violento não é só uma tarefa exclusiva do Governo, mas sim, é uma “construção coletiva” no qual cada elemento da sociedade deve dar a sua contribuição para promoção do bem comum no país.
De acordo com a Radio Sol Mansi, a referida consideração do Tambá consta no seu artigo de opinião, publicado recentemente, no qual destacou que os jovens, líderes religiosos, sociedade civil e a imprensa estão na linha de frente contra uma ameaça silenciosa.
“A paz não é um estado. Mas, é uma construção diária. E todos temos tijolos a carregar nessa obra coletiva. Onde existe a necessidade de ter uma juventude consciente, líderes religiosos engajados, sociedade civil mobilizada e imprensa vigilante com o objetivo de obter uma Guiné-Bissau que resiste a radicalização”, concluiu o sacerdote.
Sustentou que, o radicalismo e extremismo violento podem transformar numa bomba-relógio social caso os especialistas e observadores ignoram as ameaças e que podem ainda corroer lentamente os alicerces de uma sociedade que valoriza a diversidade e a paz.
“Em meio às complexidades socioculturais da Guiné-Bissau, cresce uma preocupação que já assombra outras regiões do mundo: o avanço silencioso do radicalismo e do extremismo violento, com mais de 60% da população formada por jovens que vivem uma encruzilhada e correm o risco de serem capturados por discursos radicais”,referiu aquele religioso.
Mutna Tambá sublinhou que, o desemprego, exclusão e falta de perspectivas tornam a juventude vulnerável. Mas, com apoio e formação, esses mesmos jovens podem se tornar construtores da paz.
“Quando promovem o respeito e a convivência pacífica entre as diferentes crenças, ajudam a proteger o tecido social do país”, afirmou o estudioso.
No referido artigo, Augusto Mutna Tambá, lembra aos líderes religiosos que a neutralidade política e firmeza contra qualquer discurso de ódio são cruciais para impedir a contaminação de comunidades por ideias radicais.
O também coordenador do Clero Diocesano da Guiné-Bissau reconhece que as campanhas de sensibilização, debates públicos e vigilância cidadã são ferramentas indispensáveis para resistir à essas ameaças emergentes.
A mesma publicação salienta que a mídia guineense enfrenta um duplo desafio: ser responsável e resistir à tentação da desinformação, salientando que, em tempos de fake news, a imprensa precisa redobrar seu compromisso com a verdade.
“A imprensa pode educar ou incendiar. Cabe aos jornalistas escolherem seu lado”, disse o padre frisando que a valorização da formação ética e técnica dos profissionais da informação deve ser prioridade nacional.ANG/AALS/ÂC