Moçambique/ Frelimo quer governar, oposição deseja recontagem
(ANG) – As sessões plenárias da Assembleia da República
, boicotadas pela a oposição, que contestam os dados preliminares oficiais das eleições autárquicas do passado dia 11,foram retomadas quinta-feira em Moçambique .
A Frelimo, partido no poder, que teria vencido 64 dos 65 municípios, na abertura dos trabalhos no parlamento, em declarações recolhidas pela agência Lusa, afirmou ter legitimidade para governar a maioria das autarquias nos próximos cinco anos. Sérgio Pantie é o respectivo líder da bancada.
“A contagem intermédia do STAE – Secretariado Técnico de Administração Eleitoral – e da CNE – Comissão Nacional de Eleições -, órgãos de gestão de processos eleitorais, atesta que o povo deu legitimidade à Frelimo para governar a maioria das autarquias, nos próximos cinco anos. Os eleitores escolheram o partido que melhor está preparado e em condições de resolver as suas preocupações do dia-a-dia. Em relação à província de Nampula, vale lembrar aos moçambicanos que nas eleições autárquicas de 2018, a Frelimo perdeu a maioria das autarquias. Após a derrota, a Frelimo não pós em causa os resultados anunciados pelos órgãos de gestão eleitoral, não realizou marchas de protesto, não incitou à violência tão pouco à desobediência civil, tendo tempestivamente felicitado o vencedor”, concluiu Sérgio Pantie.
O MDM, terceira força do país, e a única da oposição a ter ganho um município, a Cidade da Beira, nas eleições autárquicas da semana passada, segundo dados oficiais, pede, tal como a Renamo, por exemplo, que se voltem a contar os votos do escrutínio de 11 de Outubro.
Lutero Simango, presidente do Movimento democrático de Moçambique, critica a gestão do processo pela Comissão nacional de eleições e pelo Secretariado técnico de administração eleitoral. Ouçamo-lo, aqui num registo da agência Lusa.
“É correto que se faça a recontagem dos resultados na base dos editais existentes. O STAE vai numa direção e a CNE vai numa outra direção, então nós não podemos garantir um processo transparente e justo enquanto estas duas entidades andam em rotas opostas”, frisou Lutero Simango.
De referir ainda que Edson Cortez, diretor do Centro de Integridade Pública (CIP), deixou também ele algumas observações: “Com base na nossa observação e evidências recolhidas nas mesas de voto, notamos com preocupação que as sextas eleições autárquicas não foram transparentes, íntegras e imparciais”.
As sextas eleições autárquicas em Moçambique decorreram em 65 municípios do país, incluindo 12 novas autarquias. Segundo resultados distritais e provinciais intermédios divulgados pelo STAE nos últimos dias sobre 50 autarquias, a Frelimo venceu em 49 e o MDM, terceiro maior partido, na Beira. ANG/RFI