ONU/ Assembleia Geral exige o regresso de crianças ucranianas levadas à força para a Rússia
(ANG) – A Assembleia Geral das Nações Unidas adotou na quarta-feira uma resolução que exige o regresso de todas as crianças ucranianas que foram levadas à força para a Rússia no âmbito da invasão da Ucrânia.
Com 91 votos a favor, 12 contra e 57 abstenções, o organismo aprovou o documento, que insta a Rússia a “garantir o regresso imediato, seguro e incondicional das crianças que foram deportadas ou levadas à força” para território russo.
Este documento exige o fim, “sem demora, de todas as práticas de remoção forçada, deportação, separação das suas famílias e responsáveis legais, mudança de estatuto pessoal e doutrinação de crianças ucranianas”, segundo um comunicado de imprensa da ONU.
“Imagine que tem 16 anos num dia normal (…) quando, de repente, soldados armados com metralhadoras e um gorro, tipo passa montanhas, para esconder os rostos invadem a sua casa. Obrigam-no a entrar no veículo e levam-no para um destino desconhecido, e vê-se preso durante meses num pesadelo, com um nome diferente”, disse a presidente da Assembleia Geral, Annalena Baerbock.
Baerbock enfatizou que o direito internacional é muito claro no artigo 49.º da Convenção de Genebra, que proíbe a remoção forçada ou a deportação de crianças de territórios ocupados.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após a desagregação da antiga União Soviética – e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.ANG/Lusa