Somália/ Pelo menos 96 mortos em inundações do fenómeno El Niño
(ANG) – Pelo menos 96 pessoas morreram, na Somália, em inu
ndações causadas pelas chuvas torrenciais que afetam este país do Corno de África há várias semanas devido ao fenómeno El Niño, anunciaram esta quinta-feira as autoridades somalis.
O Corno de África enfrenta chuvas torrenciais e inundações ligadas ao fenómeno meteorológico El Niño, que já causaram dezenas de mortos e deslocações em grande escala, nomeadamente na Somália, onde as chuvas torrenciais destruíram pontes e inundaram zonas residenciais.
Em comunicado, as autoridades somalis citam a Agência de Gestão de Catástrofes do impacto das inundações e confirmaram que cerca de 96 pessoas morreram nas inundações repentinas causadas pelas chuvas do El Nino.
Na nota acrescenta-se que cerca de dois milhões de pessoas “foram afetadas pela catástrofe”.
Um relatório anterior, divulgado na segunda-feira pela Agência de Gestão de Catástrofes da Somália, estimava em 50 o número de mortos e em mais de 700 mil o número de pessoas deslocadas.
As autoridades de Mogadíscio declararam o estado de emergência em 12 de Novembro, em resposta à dimensão da catástrofe.
O Corno de África é uma das regiões mais vulneráveis às alterações climáticas e os fenómenos meteorológicos extremos são cada vez mais frequentes e intensos.
De acordo com o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA), pelo menos 43 pessoas morreram devido a inundações na Etiópia e mais de 60 no Quénia.
A região está a sair da pior seca dos últimos 40 anos, após várias estações chuvosas decepcionantes que deixaram milhões de pessoas necessitadas e devastaram as culturas e o gado.
O El Niño, geralmente associado ao aumento das temperaturas, às secas em algumas partes do mundo e às chuvas fortes noutras, deverá continuar até Abril.
Este fenómeno meteorológico já causou estragos na África Oriental.
Entre Outubro de 1997 e Janeiro de 1998, inundações gigantescas na sequência de chuvas torrenciais causadas pelo El Niño mataram mais de 6.000 pessoas em cinco países da região. ANG/Angop