COP 28/ Católicos alertam para a urgência climática que o mundo atravessa
(ANG) – O grupo Cuidar da Casa Comum em Santa Isabel entregou às autoridades portuguesas uma declaração sobre a crise climática.
Depois de uma vigília, em Lisboa, de 13 horas, uma hora por cada dia de duração da COP 28, redigiram um documento onde firmaram “o compromisso de tudo fazer para salvar o planeta e defender a vida”.
Apela o grupo católico para que na COP 28 seja defendida a “aceleração da transição energética”, a “criação de mecanismos adequados de controlo, revisão periódica e sanção das violações das metas estabelecidas”, a “dotação generosa do Fundo de Compensação de Perdas e Danos e a sua operacionalização transparente e imediata” e, ainda, o “compromisso de todos numa transição energética justa”.
O Papa Francisco fez da defesa do meio-ambiente um dos pilares do seu pontificado, dever-se-ia ter deslocado à COP 28 a decorrer no Dubai, mas problemas de saúde levaram-no a cancelar a viagem.
Em entrevista à RFI, Ana Loureiro, membro do grupo católico Cuidar da Casa Comum em Santa Isabel, fala da importância do envolvimento do Papa Francisco na causa climática e apela a ações coletivas para fazer face à urgência climática que o mundo atravessa.
Não podemos ter mais um ano de negociações fracassadas. Estamos a assistir a uma série de acordos que não são cumpridos, compromissos que não se cumprem. Não há um controlo, não há uma monitorização rigorosa.
Nesta COP 28 espera-se que se implemente efetivamente, um fundo para o financiamento da resposta às alterações climáticas [Perdas e Danos], que é muito importante, nomeadamente para os mais pobres porque são os mais afetados e que menos recursos têm.
Sobre o envolvimento do Papa Francisco nas questões do clima, Ana Loureiro refere que “é muito importante. O Papa marcou uma posição, lançou um apelo à reflexão para dentro da igreja e não só. Todas as pessoas, todos os movimentos, todas as confissões religiosas. É muito importante chamar todas as confissões, todas as pessoas, religiosas ou não, por esta causa que é uma causa comum”.
A Conferências das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla original) arrancou a 30 de Novembro e prolonga-se até ao dia 12 de Dezembro, no Dubai, principal cidade dos Emirados Árabes Unidos.
Na agenda da COP 28 estarão temas como o financiamento dos diferentes fundos de ajuda, a consolidação do fundo por perdas e danos, a redução gradual da dependência das energias fósseis e a transição energética.
Outro ponto importante será a avaliação global (“Global Stocktake”) dos progressos realizados no âmbito do Acordo de Paris, desde a sua entrada em vigor em 2015.
As Nações Unidas têm vindo a insistir na necessidade de adopção imediata de “medidas urgentes” para impedir um maior aquecimento global, quando o planeta caminha para os 2,9ºC de aquecimento. ANG/RFI