Guerra Médio Oriente/ONU aprova resolução que exige cessar-fogo em Gaza
(ANG) – A Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou nesta terça-feira, 12 de Dezembro, com apoio esmagador de 153 países, uma resolução não vinculativa que exige um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza. Com esta votação, aumenta a pressão dos Estados sobre Israel, nomeadamente com o Presidente dos EUA, a denunciar “bombardeamentos indiscriminados” na Faixa de Gaza.
Os Estados Unidos integram a lista dos países que votaram contra a resolução não vinculativa que exige um cessar-fogo humanitário em Gaza. No entanto, e de forma inédita, o Presidente dos Estados Unidos denunciou os “bombardeamentos indiscriminados na Faixa de Gaza”, onde a situação humanitária é catastrófica.
Joe Biden criticou o executivo do primeiro-ministro israelita que se opõe à criação de dois Estados, aconselhando Benjamin Netanyahu para que “reforce e mude” o Governo, para encontrar uma solução de longo prazo para o conflito israelo-palestiniano.
“Este é o Governo mais conservador da história de Israel”, afirmou o Presidente americano.
Benjamin Netanyahu falou de “desacordos” com o líder americano sobre a sua visão a longo prazo, uma vez terminado o conflito na Faixa de Gaza.
O projecto de resolução, apresentado à Assembleia pelo Egipto, e co-patrocinado por cerca de 80 Estados-membros das Nações Unidas obteve 153 votos a favor, 10 contra e 23 abstenções dos 193 Estados-membros da ONU. Para além dos Estados Unidos, votaram contra este texto Israel, Áustria e entre os países que se abstiveram estão Ucrânia, Itália, Reino Unido ou Cabo Verde. São Tomé e Príncipe não registou o voto.
A resolução, que responde a um pedido sem precedentes do secretário-geral da ONU, António Guterres, manifesta preocupação com a “situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza”, “exige um cessar-fogo humanitário imediato” e apela à protecção dos civis, ao acesso humanitário e à libertação “imediata e incondicional” de todos os reféns.
As resoluções da Assembleia Geral não são juridicamente vinculativas, ao contrário das resoluções do Conselho de Segurança. Todavia, como defendeu na segunda-feira, 11 de Dezembro, o porta-voz da ONU, Stepháne Dujarric, as mensagens da assembleia “também são muito importantes” e reflectem a opinião da comunidade internacional.ANG/RFI