Balanço visita à China/ Ministro dos Negócios Estrangeiros lamenta falta de empresários no sector agrícola para maior aproveitamento do apoio chinês
(ANG) – O ministro dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e das Comunidades lamentou a falta de empressários nacionais no dominio agricola para se aproveitar do apoio tecnológico e financeiro da Republica Popular da China para a produção do arroz duas ou três vezes por ano no país.
Carlos Pinto Pereira, falava em conferência de imprensa realizada quinta-feira, em jeito de balanço da visita que o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló efetuou recentemente a China, à convite do seu homólogo Xi Jinping.
“Espero o aparecimento de pessoas que querem trabalhar no sector agricola, sobretudo os mais jovens que querem investir na produção do arroz, para que possam instalar pequenas e médias unidades para começar a produção, usufruindo da disponibilidade do governo chinês de apoiar a Guiné-Bissau a aumentar a sua capacidade de produção do arroz e garantir segurança alimentar da população”, disse o governante.
Carlos Pereira contou que nesta visita foram assinados vários acordos entre os dois países, destacando o projeto de complemento para melhoria das ruas de Bissau, que não foram contempladas na primeira fase.
Pereira informou ainda que a China se disponibilizou em conceder apoio logístico imediato para preparação das celebrações dos 100 anos de Amílcar Cabral, no componente da compra de viaturas para recepção das delegações convidadas.
O ministro dos Negócio Estrangeiros da Guiné-Bissau revelou que foi acordado a criação do Instituto Confúcio, que funcionará junto às instalações de Escola Normal Superior “Tchico Té”,que será reabilitada pela China no quadro desse projeto.
“O processo de apoio agrícola vai prosseguir com a vinda de uma nova missão técnica chinesa, assim como o projeto de manutenção e requalificação dos edifícios públicos construídos pela República Popular da China, nomeadamente, o Palácio da República, do Governo e da Justiça entre outros, já com financiamento para garantir a manutenção das mesmas”, afirmou Carlos Pinto Pereira.
Para além destes projetos, o ministro dos Negócios Estangeiros disse que a China já garantiu um financiamento no valor de 25 milhões e meio de dólares, em donativo, para a execução de projetos no país, alguns já em curso e outros vão iniciar brevemente.
Afirmou que a República Popular da China, em resposta ao pedido formulado pelo chefe de Estado guineense, vai enviar um equipa técnica para fazer a avaliação de três projetos, nomeadamente o Projeto para a Construção de 300 quilómetros de estradas; Criação de uma Cidade Universitária no país, com capacidade para cinco à dez mil alunos, dos quais alguns em regime de internato e também a criação de uma zona Especial Económica, com pouco mais de 20 hectares, para instalação de novas empresas chineses e outras que querem investir na Guiné-Bissau.
O ministro dos Negócios Estrangeiros disse que a China comprometeu-se em não só, no próximo ano, comprar a castanha de caju, mas também instalar no país unidades de transformação deste produto.
Em relação a sua participação na terceira reunião da Comissão Mista entre Bissau e Reino de Marrocos, Pinto Pereira disse ser um momento especial para fazer a avaliação das relações existentes entre os dois países, sobretudo no domínio da educação.
Carlos Pereira informou que neste encontro foram assinados 14 acordos com o Reino de Marrocos, que, além de apoio para construção em curso do novo edifício do Ministério dos Negócios Estrangeiros, vai financiar outros projetos.
O governante referiu que a Guiné-Bissau assumirá a Presidência da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa(CPLP), em 2025.
Para o efeito, disse que no dia 17 de Julho do próximo ano, será realizado no país a Reunião de Conselho de Ministros da CPLP, seguida da Cimeira dos Chefes de Estado, na sequência do qual Umaro Sissoco Embaló assumirá a Presidência da organização por um período de dois anos.
Apontou o acordo de mobilidade na CPLP como prioridade da Presidência guineense, quer em termos de estudantes assim como entre trabalhadores e cidadãos em geral visando a facilitação de investimentos nos Estados Membros. ANG/LPG/ÂC//SG