Qatar/ Hamas ausente das negociações para um trégua em Gaza
(ANG) – As discussões com vista a uma trégua na Faixa de Gaza realizam-se quinta-feira, em Doha, Qatar, e deverão prolongar-se durante vários dias, com a ausência do Hamas.
A ofensiva retaliatória israelita já fez mais de 40 mil mortos , segundo dados do Ministério da Saúde do Governo de Gaza liderado pelo movimento islamita palestiniano.
Esta nova ronda de negociações indirectas está a decorrer a pedido de mediadores – Qatar, Estados Unidos e Egipto – numa altura em que aumentam os receios de uma escalada militar no Médio Oriente.
O primeiro-ministro israelita, Benyamin Netanyahou, enviou uma equipa de negociadores chefiada pelos serviços secretos estrangeiros de Israel-Mossad- David Barnea, pelo seu homólogo dos serviços internos (Shin Bet), Ronen Bar, e pelo major-general Nitzan Alon, que supervisiona as conversações em nome do exército.
No entanto, o Hamas recusou participar nas discussões, pedindo que seja aplicado o plano que já foi acordado, com base no roteiro de paz proposto pelo Presidente norte-americano, Joe Biden. Os porta-vozes dos EUA asseguraram, entretanto que o Qatar está a tentar garantir que o grupo islamita esteja representado na reunião
As partes vão debater um acordo que permitiria a troca dos mais de 100 reféns israelitas ainda detidos em Gaza pela libertação de prisioneiros palestinianos em Israel, apesar de as partes estarem em confronto há meses sobre uma linha vermelha. O fim definitivo dos combates e a retirada das tropas israelitas do enclave, são outras exigências.
O Presidente norte-americano considerou que um cessar-fogo pode evitar um ataque iraniano em resposta ao assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, na capital iraniana, no passado mês de Julho, que Teerão continua a atribui a Israel. Contudo, Joe Biden reconhece que as negociações tornam-se cada vez mais complicadas, após meses de impasse.
Ontem, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, apelaram às partes para não “minarem” as discussões, numa advertência ao Irão, Hamas e Israel.
Após o ataque de 7 de Outubro, que resultou na morte de 1.198 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP que se baseia em dados oficiais israelitas, Israel prometeu destruir o Hamas, no poder em Gaza desde 2007 e que considera uma organização terrorista juntamente com o Estados Unidos e a União Europeia.
Das 251 pessoas sequestradas naquele dia, 111 ainda estão detidas em Gaza e 41 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita. A ofensiva retaliatória israelita já fez mais de 40 mil mortos , segundo dados do Ministério da Saúde do Governo de Gaza liderado pelo Hamas, que não detalha o número de civis e combatentes mortos.ANG/RFI