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África do Sul/Cimeira do G20 : Desafios geopolíticos e ausência dos EUA

África do Sul/Cimeira do G20 : Desafios geopolíticos e ausência dos EUA

(ANG) – A África do Sul recebe até sábado, 22 de Fevereiro, a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G20, uma cimeira que se realiza pela primeira vez no continente africano sob a presidência rotativa da África do Sul.

Contudo, a cimeira fica marcada pela ausência do chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, que decidiu boicotar o encontro, em protesto às posições da África do Sul sobre questões como a expropriação de terras e a acusação de genocídio contra Israel. 

A cimeira decorre num momento de instabilidade geopolítica, com um clima de tensão alimentado pelas declarações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A sua política de ameaças de taxas alfandegárias e decisões controversas, como a proposta de deslocar à força a população da Faixa de Gaza, está a aumentar as divisões. A África do Sul, por sua vez, tem adoptado uma postura independente, alinhando-se com outras potências, como a Rússia, em questões como o conflito na Ucrânia e conflitos regionais.

A ausência do chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, que justificou a sua decisão por considerar que a África do Sul está a agir de forma “muito errada”, nomeadamente ao apresentar uma queixa contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça, agravou as tensões diplomáticas entre os dois países. A ausência dos EUA será o “elefante na sala” durante a cimeira, e pode ser vista como uma tentativa de enfraquecer a agenda de desenvolvimento proposta pela África do Sul, que quer apostar numa maior solidariedade, especialmente entre países em desenvolvimento.

A África do Sul, ao assumir pela primeira vez a presidência do G20, procurava um espaço para discutir questões como a inclusão social, a equidade, a sustentabilidade e as políticas de desenvolvimento, com um foco nas necessidades do continente africano. Esta presidência tinha como objectivo destacar a importância de uma economia mais inclusiva e de um esforço colectivo para combater as consequências das alterações climáticas, como a escassez de recursos e os desastres naturais, que afectam desproporcionalmente os países em desenvolvimento.

O boicote de Marco Rubio levanta questões sobre o futuro da diplomacia mundial, num contexto em que se criam reagrupamentos de blocos geopolíticos, com alianças emergentes a desafiar as estruturas tradicionais de poder, como o G7 e o próprio G20. Uma divisão que pode travar o desenvolvimento de algumas questões chave, como o combate às desigualdades , o financiamento do desenvolvimento e a resposta às mudanças climáticas entre os membros do G20.

Entre os participantes esperados para a reunião, está o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, e a Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas.ANG/RFI

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