Angola/ Amnistia Internacional apela ao respeito do direito à liberdade de reunião
(ANG) – A Amnistia Internacional emitiu um comunicado nesta sexta-feira, em que apela às autoridades angolanas para que respeitem e garantam o direito à liberdade de reunião pacífica, especialmente no contexto das manifestações nacionais previstas para os dias 19 e 26 de Julho.
Os protestos têm como objectivo denunciar o elevado custo de vida que tem afectado a população angolana.
A Amnistia Internacional documentou, recentemente, episódios que considera serem “preocupantes” de repressão policial, durante os protestos realizados em Luanda no dia 12 de Julho.
De acordo com a organização, durante os eventos, a Polícia de Intervenção Rápida e o Serviço de Investigação Criminal intervieram de forma violenta, pelo menos duas pessoas ficaram gravemente feridas e 17 foram detidas. A Amnistia Internacional denuncia o uso desnecessário e excessivo da força contra manifestantes pacíficos e as detenções arbitrárias ocorridas.
A directora regional adjunta de Campanhas para a África Oriental e Austral da Amnistia Internacional destacou que”a polícia deve abster-se de violar o direito à liberdade de reunião pacífica, nomeadamente através do uso de força desnecessária e excessiva contra manifestantes”.
Vongai Chikwanda exige ainda que as autoridades angolanas conduzam uma investigação independente e imparcial sobre as alegadas de violações dos direitos humanos, responsabilizando os responsáveis em julgamentos justos.
Além disso, organização não-governamental de defesa dos direitos humanos pediu que as autoridades acabem com quaisquer práticas de intimidação ou assédio a cidadãos que exerçam seu direito legítimo à reunião pacífica.
As manifestações convocadas para os dias 19 e 26 de Julho foram organizadas por várias entidades da sociedade civil, incluindo o Movimento Fúria 99, o Movimento Estudantil Angolano e o partido da oposição União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).
Estas mobilizações pretendem denunciar o aumento do preço dos combustíveis e dos transportes, que tem impactado severamente o orçamento das famílias angolanas.
No protesto de 12 de Julho, milhares de cidadãos participaram na manifestação que estava programada para começar na Praça de São Paulo e terminar na Praça da Maianga, em frente à Assembleia Nacional, em Luanda. Contudo, a ação foi interrompida pela polícia, que usou da força para dispersar os manifestantes. ANG/RFI