Arábia Saudita/Um guineense entre os peregrinos que morreram em Meca
(ANG) – Um cidadão da Guiné-Bissau está entre as mais de mil pessoas que morreram durante a peregrinação anual à cidade de Meca, em consequências das altas temperaturas .
Informações avançadas pela imprensa internacional citadas pela DW-África indicam que os egípcios representam mais de metade das vítimas mortais .
A maioria viajava fora das delegações oficiais e ficou exposta ao calor sufocante. Mas também foram registadas vítimas de outras nacionalidades como Paquistão, Índia, Jordânia, Indonésia, Irão, Senegal ou Tunísia.
Segundo o Ministério da Saúde da Arábia Saudita, os peregrinos “caminharam longas distâncias” debaixo do sol, “sem abrigo nem conforto e entre eles encontravam-se vários idosos e pessoas que sofriam de doenças crónicas”.
Em declarações à DW, o coordenador do Alto Comissariado para a Peregrinação da Guiné-Bissau, Siradjo Bari, conta que um cidadão guineense que saiu da Bélgica está entre as vítimas mortais.
“Os peregrinos que saíram da Guiné-Bissau estão todos são e salvos; tiveram febre e outras situações, mas ninguém morreu. No entanto, os nossos irmãos que saíram da Bélgica na quota da Guiné-Bissau sofreram uma baixa; uma pessoa morreu”, adianta Siradjo Bari.
“As informações que nós temos é que alguns estão afetados pela gripe e outras doenças passageiras, por causa da aglomeração, mas no geral todos estão bem”, informou.
A peregrinação à cidade santa de Meca é um dos cinco pilares do Islão que um muçulmano deve cumprir pelo menos uma vez na vida.
Nos últimos anos, a peregrinação tem sido marcada por eventos trágicos do género. No ano passado, pelo menos 240 pessoas morreram; não há dados específicos sobre a causa dessas mortes. Em 2015, um episódio de pisoteamento em massa matou mais de 2.200 peregrinos. Em 2006, um tumulto numa ponte provocou a morte de mais de 300 pessoas. Em 1990, 1.426 peregrinos morreram sufocados num túnel.
As autoridades de alguns países estão a tomar medidas após a divulgação das mortes de peregrinos. O Governo do Egito retirou licenças de operação de 16 empresas de turismo e encaminhou-as ao Ministério Público, acusando-as de terem responsabilidade pelas mortes de peregrinos egípcios em Meca.
Na terça-feira, as autoridades senegalesas anunciaram a introdução de testes voluntários de despistagem à Covid-19 e a reintrodução do uso de máscaras no aeroporto internacional à chegada dos peregrinos vindos da Arábia Saudita.
O Ministério da Saúde do Senegal suspeita que várias mortes de fiéis foram causadas por doenças do foro respiratório, como a Covid-19.ANG/DW-África