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Bangladesh/ Meia centena de mortos nos protestos estudantis

Bangladesh/ Meia centena de mortos nos protestos estudantis

(ANG) –  Cerca de 50 pessoas morreram no Bangladesh, nos últimos dias, nos confrontos entre forças policiais e estudantes. Esta semana as manifestações estudantis intensificaram-se. Os jovens protestam contra o sistema de quotas que atribui os cargos na função pública.

Até esta sexta-feira, 50 pessoas morreram nas manifestações estudantis contra o sistema de quotas no Bangladesh. Os estudantes exigem que o Governo de Sheikh Hasina acabe com o sistema de quotas que atribui os cargos na função pública e que reserva mais de metade dos postos de funcionários bem remunerados a determinadas categorias da população.

Um dos aspectos mais controversos é que 30% dos cargos são reservados aos filhos dos combatentes que lutaram na Guerra de Independência de Bangladesh contra o Paquistão em 1971. O sistema foi implementado em 1972 pelo líder da independência Sheikh Mujibur Rahman, pai da actual primeira-ministra Sheikh Hasina que, em 2018, depois de manifestações estudantis, retirou as quotas aos familiares de antigos combatentes. Porém, no mês passado, Supremo Tribunal considerou as mudanças ilegais e ordenou ao governo para restabelecer essas quotas.

Os manifestantes defendem que apenas se deveriam manter quotas destinadas às minorias étnicas e às pessoas com deficiências e o resto – ou seja 94% dos cargos restantes – deveria ser aberto a candidaturas de todos e com base no mérito de cada um. Isto num país onde a população ronda os 170 milhões de pessoas e em que o desemprego jovem afecta cerca de 32 milhões.

Os protestos começaram a 1 de Julho e não pararam. Esta semana, as manifestações intensificaram-se e até esta sexta-feira há registo de 50 mortos e centenas de feridos. Na segunda-feira, houve confrontos violentos em duas universidades de Dacca, com mais de 400 feridos. Na terça-feira, o Governo ordenou o encerramento das escolas e universidades. Também na noite de terça para quarta-feira, a polícia investiu a sede da principal força de oposição do país, o Partido Nacionalista do Bangladesh, e deteve sete membros do ramo estudantil do partido.

Esta quinta-feira foi o dia mais violento com 45 mortos e 700 feridos e a polícia disse que os manifestantes incendiaram edifícios governamentais, como a sede do principal canal público de televisão. O Governo ordenou, entretanto, o encerramento da rede de internet móvel em todo o país. De acordo com os hospitais, os tiros da polícia estão na origem da morte de, pelo menos, dois terços das pessoas. Esta sexta-feira, a polícia também anunciou a detenção de um dos dirigentes do Partido Nacionalista do Bangladesh.

Os manifestantes prometem continuar as manifestações apesar da repressão. As ONGs de defesa dos direitos humanos e as Nações Unidas pediram ao Governo para não recorrer à violência.

ANG/RFI

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