
Angola/Queda do preço do petróleo no mercado internacional força a reformas profundas

(ANG) – Angola admite que a queda do preço do petróleo nos mercados internacionais está a impor reformas económicas profundas e a obrigar a melhorar a execução orçamental.
Com a desvalorização do Brent, o Governo angolano está a adoptar medidas de contenção para garantir a sustentabilidade financeira do orçamento de Estado de 2025, projectado a 70 dólares por barril de petróleo.
O secretário de Estado do Tesouro revela que, em resposta à redução do preço do petróleo de 70 para 65 dólares por barril, o Governo traçou medidas para ajustar às despesas e receitas do Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2025.
Otoniel dos Santos, o titular da pasta, faz saber que a desvalorização do crude nos mercados internacionais, não só está a obrigar a acelerar as reformas económicas, mas também a melhorar a execução orçamental.
“O ano de 2025, impõe-nos exigências redobradas. No quadro macro-económico internacional está a tornar-se mais volátil. A queda dos preços do petróleo, combinada com uma procura globalmente menos robusta, obriga-nos a acelerar reformas, melhorar a execução orçamental e proteger os mais vulneráveis”, reconheceu o governante.
Segundo o governante, tem de haver exigências redobradas na banca comercial angolana, para evitar o impacto da volatilidade nos mercados internacionais.
“As previsões mais recentes indicam uma trajectória descendente da inflação, ainda que num patamar elevado, e alguma estabilização nas taxas de juros internacionais. Este ambiente cria condições para uma política monetária mais previsível e exige da banca uma atenção redobrada à gestão do risco de crédito, de liquidez e de capital”, alertou o secretário de Estado do Tesouro.
Para Otoniel dos Santos, a economia real, e com ela os rendimentos das famílias, a criação de empregos e a geração de oportunidades, depende de um sistema bancário funcional, acessível e alinhado com os objectivos do desenvolvimento sustentável.
O OGE de 2025 destinou mais de 5,469 biliões de kwanzas para despesas com bens e serviços, um aumento de 58,2% em relação aos 3,455 biliões aprovados em 2024. ANG/RFI