Cabo Verde/PM de Cabo Verde justifica saída de jovens com procura de “novas oportunidades”
(ANG) – O primeiro-ministro cabo-verdiano respondeu , quarta-feira,ao maior partido da oposição, que recentemente teceu alertas sobre a “saída em massa” de jovens do país, no âmbito da segunda sessão ordinária de Junho no Parlamento.
Para Ulisses Correia e Silva estas saídas não traduzem a falta de condições no arquipélago, mas vão no sentido de encontrar novas oportunidades nos países de destino, particularmente em Portugal.
“A mobilidade laboral hoje é competitiva, há procura e há oferta”, vincou o chefe do governo de Cabo Verde em resposta ao líder parlamentar do PAICV, na oposição, João Batista Pereira, que sugeriu concursos públicos no acesso aos cargos de direcção no país, por considerar que isto tem contribuído para os jovens emigrarem.
Ao argumentar que as saídas profissionais de Cabo Verde, são fenómenos que acontecem também noutros países, Ulisses Correia e Silva explicou que não são o “fruto de falta de condições” no país, mas sim das “novas oportunidades” que se apresentam noutras partes do globo.
O chefe do governo cabo-verdiano referiu ainda que o acordo de mobilidade com Portugal garante formação profissional aos jovens, para trabalharem com acesso a direitos laborais, como segurança social e cobertura médica.
Recorde-se que Cabo Verde e Portugal firmaram em Outubro de 2022 um memorando de entendimento sobre mobilidade laboral, num período em que a procura de vistos e trabalho rumo a Portugal aumentou no arquipélago e em que também subiu o número de recrutamentos por parte de empresas portuguesas em Cabo Verde.
De acordo com dados do INE, Instituto Nacional de Estatística, dos quase 18.000 cabo-verdianos que emigraram entre 2015 e 2020, quase 62% foram para Portugal, quase 18% foram para os Estados Unidos e 6,6% para França.
Ainda segundo o INE, da população que saiu do país, apenas 20% saiu à procura de trabalho, sendo que a maioria, um pouco mais de 39%, saiu do país para estudar, cerca de 23% para agrupamento familiar e um pouco mais de 9% deixou Cabo Verde por motivos de saúde.ANG/RFI