
Comércio internacional/Guerra comercial entre a China e os Estados Unidos preocupa agricultores norte-americanos

(ANG) – A República Popular da China colocou em vigor taxas aduaneiras de 10 a 15% sobre produtos agrícolas americanos desde segunda-feira.
As autoridades chinesas respondem assim às taxas de 20% impostas por Washington sobre os produtos chineses que entram nos Estados Unidos.
As represálias da China são limitadas, mas elas preocupam os agricultores americanos, como os produtores de cereais e de soja, que são os maiores exportadores dos Estados Unidos para a China.
Cerca de um quarto da produção norte-americana de soja parte para a China, um mercado insubstituível para os agricultores dos Estados Unidos.
Desde esta segunda-feira, as taxas aduaneiras atingiram os 20%, visto que as novas taxas vieram se acrescentar às existentes. A consequência é que a soja norte-americano é mais cara na China.
Para Caleb Ragland, presidente da associação americana dos produtores de soja, várias “quintas poderão encerrar”, ele que também cultiva cerca de 1 600 hectares de soja, de milho e de trigo.
Os agricultores estão preocupados, visto que essas taxas aduaneiras podem fazer cair “os preços” e colocar as finanças dos agricultores em perigo.
Caleb Ragland recordou que, aquando do primeiro mandato de Donald Trump, a guerra comercial teve como efeito a perda de quotas de mercado, isto fez com que os Estados Unidos perdessem a liderança nas exportações de cereais e de oleaginosas para a China.
Nessa altura, Pequim decidiu virar-se para o mercado da América do Sul, tanto é que agora 70% do soja comprado no estrangeiro pela China é proveniente do Brasil.
Recorde-se que as novas taxas aduaneiras da China sobre os produtos entraram em vigor esta segunda-feira 10 de Março.ANG/RFI