França/ Governo assinalou, com africanos, 80 anos do Desembarque da Provença
(ANG) – A França celebrou, quinta-feira, os 80 anos do desembarque das tropas aliadas na região da Provença, durante a Segunda Guerra Mundial.
No dia 15 de agosto de 1944, combatentes franceses e das antigas colónias africana
s desembarcaram no sudeste da França para lutar contra a ocupação nazi.
Os presidentes francês, Emmanuel Macron, e o camaronês, Paul Biya, prestaram homenagem aos soldados de então e fizeram questão de sublinhar que “não haveria vitória aliada” sem “os fuzileiros” africanos.
Os chamados “tirailleurs” (fuzileiros), muitas vezes conhecidos como “senegaleses”, mas, na realidade originários de todo a África ocidental, equatorial, Madagáscar e Oceano Índico, tiveram um papel preponderante no sucesso do Desembarque da Provença que, a prazo, veio a provocar a derrota da Alemanha nazi e a libertação da França.
De entre os 250 000 soldados da França que participaram a grande maioria vinha de exércitos africanos.
Um papel destacado por Emanuel Macron: “Oficiais do Império ou filhos do Sahara, naturais da Casamança ou de Madagáscar (…), não eram da mesma religião, (…) eram, no entanto, o exército da nação, o exército mais fervoroso e mais colorido” para lembrar o papel do Desembarque na Provença, na noite de 14 a 15 de Agosto de 1944.
“Estes homens chamavam-se François, Boudjema, Harry, Pierre, Niakara” lembrou o presidente francês, enfatizando o facto de muitos entre eles nunca terem pisado terra da França metropolitana até serem enviados para participar na libertação da França, aquando da operação Dragoon, dois meses após o Desembarque da Normandia.
A parte de África em França passa também por este legado a que estamos vinculados.
E saúdo hoje a presença dos presidentes dos Camarões, da República Centro-Africana, das Comores, do Gabão, do Togo, com autoridades eclesiásticas do Mónaco, tão fiel, junto do primeiro-ministro de Marrocos, representantes da Costa do Marfim, Madagáscar e Senegal e alunos do liceu senegalês de Thiaroye.
Como a França não esquece nada dos sacrifícios dos congoleses, beninenses, nem dos povos do Burkina Faso, do Mali e do Níger e de tantos outros !
Não, nada da mais bonita memória desses homens é esquecida !
Os seus nomes devem continuar a ser atribuídos às nossas ruas e praças, para que os seus vestígios duradouros sejam inscritos na nossa História.
Por seu lado Paul Biya, presidente dos Camarões, presente na cerimónia, enfatizou o enorme respeito que o exemplo dos combatentes africanos pela libertação da França.
Em todos os lugares aonde os combates os conduziram estes soldados valentes provenientes da África ocidental, equatorial, de Madagáscar ou do Oceano Índico deram um testemunho magnífico !
Em contrapartida eles pagaram um preço muito elevado em prol da vitória.
Foram combatentes exemplares, frequentemente herdeiros de tradições guerreiras antiquíssimas, de uma coragem, de uma audácia e lealdade admiráveis ! Eles foram os artesãos da vitória. O seu sangue derramado está misturado para sempre com outros sangues para que a bandeira da França e respectivos aliados seja definitivamente coroada de glória.
Neste dia de lembrança devemos-lhes um enorme respeito !
As cerimónias foram perturbadas devido a um alerta de tempestade e de trovoada na área, foi cancelada, nomeadamente a reconstituição do desembarque na praia de Lido, em Toulon. ANG/RFI