Guiné-Bissau prepara-se para discutir marcos fronteiriços com Senegal e Guiné-Conacri
(ANG) – O Governo guineense instituiu uma comissão para discutir com o Senegal e a Guiné-Conacri os marcos fronteiriços, marítimo e terrestre, que se acredita terem sido movimentados, disse hoje à Lusa a secretária executiva da comissão Balbina Gomes.
Uma equipa da comissão das fronteiras, liderada por Balbina Gomes, do ministério guineense da Administração Territorial, deve deslocar-se a Dacar no próximo dia 21 de novembro para a instalação de uma comissão mista entre técnicos de Bissau e do Senegal.
A comissão irá trabalhar, tendo como prazo máximo 2025, para delimitar, pela primeira vez, a fronteira marítima entre a Guiné-Bissau e o Senegal, e reconfirmar se as placas deixadas pelo colonialismo ainda lá se encontram para marcar a fronteira terrestre.
O mesmo exercício deverá ser feito entre a Guiné-Bissau e a Guiné-Conacri, precisou Balbina Gomes.
“Com o Senegal fala-se na existência de 84 pilares na fronteira terrestre”, indicou a secretária executiva da comissão da fronteira, notando, contudo, estar na posse de informações segundo as quais algumas das placas “foram movimentadas, outras retiradas” e no seu lugar construídas casas.
Balbina Gomes indicou que as mesmas informações, por confirmar, apontam que entre a Guiné-Bissau e a Guiné-Conacri existiriam cerca de 47 placas a assinalar a fronteira terrestre.
A responsável guineense precisou que a equipa que lidera vai ao Senegal instalar a comissão mista, depois irá realizar, em data e lugar a combinar, uma deslocação à zona da fronteira comum, norte da Guiné-Bissau e o sul do Senegal, desta feita cada parte levará mapas e documentos comprovativos de pertence do terreno.
“Nessa missão vamos já com técnicos, munidos de GPS, para ver e confirmar se as placas ainda se mantêm nos mesmos lugares ou se foram movimentadas”, afirmou Balbina Gomes que espera que tudo decorra com naturalidade por ser, disse, um assunto que, caso for mal resolvido, poderá ser fonte de futuros conflitos.
Gomes sublinhou que foi a própria União Africana que recomendou aos países da África Ocidental a clarificação das suas fronteiras criadas ainda durante a época do colonialismo.ANG/Lusa