Líbano/ PM israelita pede retirada da missão da ONU das zonas de combate
(ANG) – Continuam os combates no terreno entre o exército israelita e o movimento chiita libanês Hezbollah, que afirma no Domingo, ter repelido o avanço das tropas israelitas que tentavam entrar no Líbano.
Este domingo, numa altura em que continuam os combates no terreno entre o exército israelita e o Hezbollah libanês, o Primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu dirigiu-se directamente a António Guterres, durante uma alocução televisiva, a quem pediu que “coloque imediatamente as forças da Finul ao abrigo”.
Esta semana, as Forças das Nações Unidas no Líbano (Finul) acusaram o exército israelita de disparar “deliberadamente” contra as suas posições e, face ao contexto de crescente violência, alertaram para o risco de um conflito regional “catastrófico”. Pelo menos cinco “soldados da paz” ficaram feridos em ataques israelitas nos últimos dias, o que levou Paris a convocar o embaixador de Israel em França.
O presidente francês Emmanuel Macron considerou “inaceitável” que a missão de paz da ONU seja alvejada “deliberadamente pelas forças israelitas” enquanto o Presidente norte-americano Joe Biden pediu a Israel que não volte a disparar contra as forças da ONU no Líbano.
Este sábado 12 de Outubro, o presidente francês Emmanuel Macron expressou ainda a sua “grande preocupação”, em conversa com o presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, relativamente à intensificação dos ataques israelitas no Líbano.
Por outro lado, a comunidade internacional receia uma resposta israelita aos ataques do Irão no dia 1 de Outubro, em bombardeamentos que tinham causado a morte de uma pessoa e poucos danos materiais de acordo com Telavive.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano escreveu nas redes sociais que Teerão “não se impõe nenhum limite para defender o seu povo e os seus interesses”.
O movimento libanês Hezbollah deu conta hoje de manhã de “combates contínuos” contra soldados israelitas na fronteira entre os dois países e afirma ter repelido as tropas israelitas que tentavam entrar no Líbano.
Neste contexto, os capacetes azuis da Finul, presentes no terreno no Líbano, alertaram em comunicado para o risco de um conflito regional catastrófico e apelaram ao respeito das regras internacionais.
O exército israelita já tinha pedido explicitamente aos capacetes azuis para que se retirem da zona, de acordo com o chefe da comunicação da Finul, Andrea Tenenti. “As forças israelitas pediram-nos para deixar as nossas posições ao longo da linha azul, [na fronteira entre israelo-libanesa], mas todos os nossos acampamentos se encontram nessa linha ou a 5 km dela“, avançou Andrea Tenenti.
Este sábado, pelo menos 40 países, incluindo 34 países que integram a FINUL, expressaram o seu “total” apoio a esta força da ONU e apelaram à protecção dos capacetes azuis.
A FINUL, criada em 1978, tem como missão observar a situação de segurança e proteger os civis na zona entre o Líbano e Israel.ANG/RFI