Obituário/Morreu Francisca Pereira, destacada dirigente do PAIGC
(ANG) – A veterana de luta armada pela independência da Guiné e Cabo Verde e dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde(PAIGC), Francisca Pereira, morreu , quarta-feira, (21), em Bissau, disseram fontes partidárias.
Francisca Lucas Pereira Gomes, nasceu em Bolama em 1942, e sua família era originária de Bolama e de Cachéu.
Aos 17 anos, em 1959, juntou-se ao Movimento de Libertação da Guiné-Bissau (Movimento para Independência Nacional da Guiné Portuguesa, mais tarde PAIGC). Ela começou por trabalhar no Secretariado do PAIGC em Conakry.
Em 1965, com apenas os estudos secundários, foi enviada para Kiev na ex-URSS para estudar enfermagem.
Dois anos mais tarde, em 1967, assume o cargo de vice-diretora da Escola Piloto em Conakry, um centro de formação criado pelo PAIGC para acolher órfãos e refugiados da guerra na Guiné-Bissau.
Algum tempo depois é enviada para os territórios conquistados às forças coloniais portuguesas. Durante alguns meses, trabalha como enfermeira no hospital do PAIGC em Ziguinchor no Senegal. Torna-se num dos ombros direitos de Amílcar Cabral e assume a responsabilidade sobre as questões de saúde das forças que lutam pela independência.
Entre 1970 e 1975, representou a ala feminina do PAIGC em várias conferências, nomeadamente com a filósofa Angela Davis que foi activista dos Black Panthers. Após a independência da Guiné-Bissau, obtida em 1974 desempenha vários cargos políticos.
Em 1977 é a única representante feminina em assuntos do governo. Foi governadora da região de Bolama-Bijagós, e 1981 a 1988 é presidente da União Democrática das Mulheres da Guiné-Bissau (UDEMU), entidade que ajudou a fundar em 1961, sucedendo a Carmen Pereira.
Entre 1990 e 1994 é Ministra dos Assuntos da Mulher e da Criança.. Vinte anos após a independência, ocorrem as primeiras eleições presidenciais e legislativas multipartidárias da Guiné-Bissau.
João Bernardo Vieira é eleito presidente e ela torna-se na Primeira Vice-Presidente da Assembleia Nacional. De 1997 a 1999 é Ministra do Interior, mas é obrigada a abdicar devido a uma rebelião militar que culmina numa guerra civil, breve, mas violenta. Novas eleições que têm lugar em 2000 e em 2002 é nomeada Ministra de Estado encarregue dos assuntos políticos e da diplomacia.ANG/ÂC//SG