RDC/Conflitos em Goma já fizeram 17 mortos e quase 400 feridos
(ANG) – Uma parte da cidade de Goma, no Leste da República Democrática do Congo, é agora controlada pelo M23 e pelos soldados ruandeses. Os conflitos entre as forças congolesas e os rebeldes continuam no centro da cidade, gerando centenas de feridos.
Esta manhã, era difícil ainda de se saber quais partes da cidade de Goma, capital da província do Quivu do Norte, são controladas pelos rebeldes do M23, mas a certeza é que este grupo já se instalou nesta cidade do Leste da República Democrática de Congo, que conta com quase um milhão de habitantes.
Segundo os jornalistas da AFP no terreno, continuam a ouvir-se rajadas de metralhadoras e explosões no centro da cidade e perto do aeroporto. O conflito já matou 17 pessoas e fez quase 400 feridos, um número que está a levar os hospitais de Goma a trabalharem 24 horas por dia. A maior parte dos feridos são civis, relatou a missão da Cruz Vermelha no Quivu do Norte.
Devido a este conflito, a situação humanitária em Goma é ” extremamente inquietante”, com cerca de 400 mil pessoas a fugirem da cidade, algumas em direcção ao Ruanda. Também vários militares congoleses e das milícias pro-Kinshasa terão atravessado a fronteira com o Ruanda para se renderem.
Na quarta-feira, Félix Tshisekedi, o Presidente da República Democrática do Congo, e o seu homólogo ruandês, Paul Kagame, devem encontrar-se no Quénia num encontro promovido pela Comunidade dos Estados da África de Leste, que visa encontrar uma solução para este conflito. Esta tarde vai reunir-se o Conselho de Paz e Segurança da União Africana.
A partir de Luanda, o Presidente João Lourenço, que lidera os esforços de mediação de paz na região, enquanto líder da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos e em nome da União Africana, já emitiu um severo apelo aos rebeldes para pararem a violência e abandonarem os territórios ocupados.
É incerto o número de soldados ruandeses presentes no território da República Democrática do Congo, estimando-se que possam ser quase 5.000 homens que lutam ao lado do M23. 13 soldados da Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo, a Monusco, já terão perdido a vida nos últimos dias em Goma.ANG/RFI