Togo/Painelistas do 9º congresso Pan-Africano propõem formas de corrigir a “imagem degradante” do continente
(ANG) – O primeiro painel do 9º Congresso Pan-Africano aconteceu na quarta-feira, em Lomé, com foco no tema: “A Imagem da África no Mundo Atual: Questões e Desafios da Promoção da Narrativa Africana”.
Especialistas como Eric Agnero, Tulu Omondi, Foreman Idita e Ofori Oral, moderados por Mankeur Ndiaye, debateram a questão da narrativa africana, que deve estar alinhada às prioridades do continente, em consonância com a Agenda 2063 e os objetivos da integração regional e continental.
Este painel permitiu que esses especialistas reexaminassem a imagem “degradante” do continente, “uma imagem que evoca pobreza extrema, crises econômicas, ciclos de ajuste estrutural, fome, má governança, proliferação de zonas de conflito, violência endêmica e transições incertas”, descreveu a moderadora, ex-Ministra das Relações Exteriores do Senegal.
A este cenário soma-se a ausência de uma plataforma de comunicação continental unificada, capaz de influenciar de forma sustentável a opinião pública contemporânea, a fragmentação interna e a fraca coordenação entre os Estados, as comunidades econômicas regionais e as instituições africanas na construção de uma narrativa comum.
Os participantes do painel abordaram três áreas-chave para a melhoria da imagem do continente: diplomacia e comunicação estratégicas, e a projeção de uma imagem autêntica e criativa por meio da cultura, das artes e da mídia.
“Precisamos fazer da África uma contadora de histórias, não uma espectadora e consumidora”, afirmou a Sra. Foreman Idita.
Para projetar uma nova imagem do continente, os palestrantes destacaram cinco áreas-chave: fortalecimento institucional, desenvolvimento de um ecossistema midiático africano, promoção do soft power africano, envolvimento da diáspora e apropriação nacional — ou seja, a integração da narrativa africana aos programas de desenvolvimento do continente e o fortalecimento da formação de profissionais de diplomacia pública.
Os participantes do painel dirigiram-se à União Africana, às comunidades econômicas regionais e a todos os Estados-membros, que compartilham a responsabilidade coletiva de promover uma narrativa africana positiva e autêntica.
Este painel ocorreu no âmbito do 9º Congresso Pan-Africano, realizado na capital togolesa, de 8 a 12 de dezembro, sob o tema: “Renovação do Pan-Africanismo e o Papel da África na Reforma das Instituições Multilaterais: Mobilizando Recursos e Reinventando-nos para Agir”.
Este congresso proporciona uma plataforma estratégica para refletir sobre o lugar da África na governança global e o fortalecimento de sua unidade, soberania e desenvolvimento endógeno. ANG/Faapa