Senegal/”Acesso ao financiamento climático é prioridade para países africanos na COP 16”, diz Daouda Ngom
(ANG) – O ministro do Ambiente e da Transição Ecológica, Daouga Ngom, indicou segunda-feira que a prioridade dos países africanos na 29ª Conferência das Partes (COP 29) sobre o clima prevista em Baku, no Azerbaijão, é o acesso ao financiamento climático para a mitigação e adaptação aos efeitos das alterações climáticas.
“Para esta COP, a prioridade das prioridades para os países africanos é o financiamento climático, a redefinição do financiamento climático que está a tornar-se um problema e os países emergentes estão a tirar partido desta situação”, disse ele.
Daouda Ngom falou durante um workshop de partilha e intercâmbio organizado para preparar a delegação senegalesa para a COP 29, marcada para Baku, de 11 a 22 de novembro de 2024.
“Estes países estão a aproveitar esta situação para investir tudo no financiamento climático”, lamentou, daí, insistiu, “a necessidade de redefinir o financiamento climático, mas também os procedimentos de ‘acesso aos fundos verdes’.
Indicou que a nível africano, em Setembro de 2024, o Grupo dos Países Menos Desenvolvidos reuniu-se no Malawi para discutir a posição africana, a ser defendida na próxima COP.
“Os ministros responsáveis pelo Ambiente dos países africanos também se reuniram em Outubro em Abidjan, na Costa do Marfim, para discutir os preparativos para a COP 29, para ter uma posição única”, acrescentou.
Ele garantiu que África colocará todo o seu peso nisso para que África possa aceder ao fundo dedicado a perdas e danos com procedimentos reduzidos. “Os fundos estão aí, mas para acessá-los é a cruz e a bandeira”, denunciou.
”Há muitos fundos dedicados ao ambiente, mas percebemos que, com os longos e difíceis procedimentos de acesso a estes fundos, os países africanos não acumulam muitos recursos. São os países emergentes que beneficiam mais destes recursos do que os países africanos”, lamentou.
Observou, por exemplo, que África não tem mais de 5% de financiamento do fundo verde para o clima, embora África seja um dos continentes mais vulneráveis. “Precisamos, portanto, destes fundos para adaptação e mitigação dos efeitos das alterações climáticas”, insistiu.
Daouda Ngom indicou ainda que a participação do Senegal na COP 29 é organizada pela Direcção de Alterações Climáticas, Transição Ecológica e Financiamento Verde.
”A este nível, indicou, os preparativos estão muito avançados e o Senegal já tem o seu stand, que será acolhido por diferentes actores e especialistas dos ministérios envolvidos, do sector privado e da sociedade civil.” O Senegal, disse, como é habitual, disponibilizará um stand com uma apresentação científica rica e variada que promoverá o Destino Senegal e as soluções inovadoras proporcionadas na luta contra as alterações climáticas.
O ministro garantiu que o Senegal fará um bom espectáculo em Baku, para falar em nome do Senegal e de África.
Informou a este respeito que o Ministro do Ambiente do Senegal foi designado para trazer a voz dos países menos desenvolvidos (PMA) às negociações sobre perdas e danos. ANG/FAAPA