Cabo Verde/Jornalistas pedem afastamento do administrador da Rádio Televisão
(ANG) – O administrador da Rádio Televisão Cabo-verdiana sugeriu que se metessem num saco todos os jornalistas que não prestam, desta que é a maior empresa pública de comunicação, e que fossem deitados fora. A classe repudia e pede afastamento do gestor.
Durante uma audição parlamentar, a 15 de Novembro, o administrador Carlos Reis disse que a Rádio Televisão Cabo-Verdiana é uma empresa “gorda e preguiçosa” e apontou a bateria aos profissionais da maior empresa pública de comunicação social do país. Para o alegado problema de excedente de pessoal, Carlos Reis apresentou uma fórmula.
A RTC era para deitar no chão e colocar um saco com todos ali. Dizer ‘você serve então fica’ e quem não serve é o estado entrar para indemnizar e o pessoal ir para a casa. RTC é uma empresa gorda e preguiçosa, pelo número de profissionais que não consegue dar resposta e isso é visível internamente como externamente.
Estas são as declarações do o administrador da Radiotelevisão Cabo-Verdiana, que ao fim de três anos de mandato à frente empresa procura a sua recondução como administrador.
Os trabalhadores da RTC já entregaram ao Parlamento um documento de repúdio às declarações do Administrador Carlos Reis, pedindo o seu afastamento da empresa.
Na nota, os trabalhadores da Rádio Televisão Cabo-verdiana dizem estar “revoltados, indignados, chocados e tristes pelas declarações desrespeitosas do administrador da empresa” que “em quase duas horas de audição, falou praticamente mal de todos os colaboradores da empresa, abstraindo-se da sua responsabilidade de gestor”.
O mesmo documento coletivo da RTC indica:
“Maldosamente e de forma pouco ética, [o administrador] acusa os trabalhadores da RTC de terem deitado abaixo o projeto de avaliação de desempenho, numa clara tentativa de passar a ideia de que a empresa não conseguiu implementar esse sistema de avaliação por culpa dos trabalhadores que o rejeitaram, porque não gostam e não querem ser avaliados. O que não disse foi que o documento estava ferido de ilegalidades, após consulta junto dos sindicatos que representam os trabalhadores da empresa. Os trabalhadores sugeriram a criação de um modelo mais adequado de avaliação de desempenho a uma empresa de comunicação social”.
A nota de repúdio dos trabalhadores da RTC foi enviada ao Conselho Independente da RTC; à Comissão Especializada de Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos, Segurança e Reforma do Estado do Parlamento; ao Secretário de Estado-Adjunto do Primeiro-Ministro, que tutela a comunicação social, ao Presidente da Assembleia Nacional, ao Presidente da República, à Autoridade Reguladora para Comunicação Social e aos sindicatos AJOC e SITTHUR.ANG/RFI